Einstein tinha razão. Cientistas descobrem regiões de mergulho à volta de buracos negros

ATG Medialab / ESA

Impressão de artista mostra o disco de acreção em redor de um buraco negro

A Teoria da Relatividade de Einstein previa que as chamadas “regiões de mergulho” em torno de buracos negros levariam a matéria para dentro deles à velocidade da luz. Agora, observações de raios X de um buraco negro longínquo provaram que o físico estava certo.

Em 1915, a Teoria da Relatividade de Einstein entendeu que o tempo não é igual para todos, podendo mudar de acordo com três variáveis: velocidade, gravidade e espaço.

Num novo estudo, publicado esta quinta-feira no jornal Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, os cientistas observaram raios X através dos telescópios espaciais NuSTAR e NICER da NASA que confirmaram e a existência da chamada “região de mergulho”.

Segundo o Live Science, os cientistas responsáveis pela descoberta afirmam que o seu estudo poderá revelar alguns mistérios fundamentais sobre os buracos negros e a natureza do espaço-tempo.

“Este é o primeiro olhar sobre a forma como o plasma, retirado da borda externa de uma estrela, sobre a sua queda no centro de um buraco negro, um processo que acontece num sistema a cerca de 10.000 anos-luz de distância”, afirma o autor principal do estudo Andrew Mummery, em comunicado.

Os buracos negros surgem do colapso de estrelas gigantes e crescem alimentando-se de gás, poeira, estrelas e outros buracos negros.

Estas formações cósmicas estão rodeadas por discos de acreção, vastas plumas de material que é retirado das nuvens de gás e das estrelas e aquecido a temperaturas muito altas por fricção, à medida que entra em espiral na boca dos buracos negros—mas isto não significa que os buracos negros não possam ser vistos.

Há bastante tempo que os astrofísicos tentam entender o que acontece perto da superfície dos buracos negros, o chamado Horizonte de Eventos, investigando os discos de matéria que orbitam à sua volta.

A equipa de Oxford passou os últimos dois anos a desenvolver modelos para esta região, e o estudo agora publicado é a primeira deteção confirmada de regiões de mergulho à volta de buracos negros.

Assim, Einstein tinha razão. Outra vez.

Soraia Ferreira,ZAP //

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