Uma equipa internacional de astrónomos, liderada por investigadores da Universidade de Durham, Reino Unido, recuou mais de dez mil milhões de anos no passado para descobrir que as primeiras galáxias do Universo se desenvolveram muito mais rapidamente do que os cientistas pensavam.
Os investigadores encontraram evidências da formação de barras galácticas quando o Universo tinha apenas alguns milhares de milhões de anos.
As barras são faixas alongadas de estrelas que se encontram em galáxias em disco ou espirais como a nossa Via Láctea.
À medida que as barras se desenvolvem, regulam a formação de estrelas numa galáxia, empurrando o gás para a região central da galáxia. A sua presença indica aos cientistas que as galáxias entraram numa fase de maturidade.
A equipa de investigação utilizou o Telescópio Espacial James Webb (JWST) para fazer a sua descoberta, que foi apresentada num artigo publicado a semana passada na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.
Estudos anteriores realizados com o Telescópio Espacial Hubble, menos potente, tinham sido capazes de detetar galáxias a formar barras até há oito ou nove mil milhões de anos.
Mas a sensibilidade melhorada e a gama de comprimentos de onda em que o JWST opera permitiram com que os investigadores conseguissem ver o fenómeno a acontecer ainda mais atrás no tempo.
Das amostra de galáxias observadas, os investigadores verificaram que quase 20% tinham barras – três a quatro vezes mais do que o observado pelo Hubble.
Os investigadores afirmam que o facto de as galáxias do Universo primitivo estarem a amadurecer muito mais depressa do que se pensava é uma verdadeira surpresa.
Nessa fase, seria de esperar que o Universo fosse muito turbulento, com muitas colisões entre galáxias e muito gás que ainda não se tinha transformado em estrelas, mas a investigação mais recente sugere que não é esse o caso.
Isto significa que os cientistas poderão ter de repensar as suas teorias sobre a evolução das galáxias nas fases iniciais da formação do Universo.
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