O primeiro medicamento – criado por cientistas da farmacêutica suíça Roche – para retardar a progressão do Parkinson revelou resultados promissores.
Um estudo, levado publicado esta segunda-feira na Nature Medicine, indicou que o prasinezumab tem um efeito positivo – principalmente, em pessoas com diagnóstico mais grave.
Pensa-se que o Parkinson se deve à acumulação no cérebro de uma proteína mal dobrada, denominada alfa-sinucleína, que leva à perda de neurónios produtores de dopamina – neurotransmissor envolvido no controlo motor.
Uma vez que as pessoas com Parkinson de progressão mais rápida têm maiores quantidades de alfa-sinucleína mal dobrada no cérebro, a solução passa por um medicamento que elimina a proteína.
Como explica o líder da investigação, Gennaro Pagano, citado pela New Scientist, o prasinezumab é um anticorpo que atua – precisamente – contra a acumulação de proteínas associadas ao Parkinson, podendo abrandar a progressão dos sintomas motores em pessoas com formas avançadas da doença.
“O prasinezumab tem como objetivo reduzir a toxicidade neuronal, impedir a transferência célula a célula de agregados patológicos de alfa-sinucleína, e retardar a progressão da doença“, explica Pagano.
No entanto, os investigadores reconhecem que não foi possível avaliar o que aconteceu, de forma exata, nos cérebros dos 316 participantes, durante um ano de experiências, uma vez que não houve nenhum biomarcador que lhes permitisse monitorizar a alteração dos níveis de alfa-sinucleína mal dobrada.
Até à data, não existem terapias que travem ou atrasem a progressão da doença de Parkinson, mas o prasinezumab vem dar esperança.
Para já, existem apenas tratamentos que aliviam os sintomas da doença através da melhoria dos níveis de dopamina no cérebro – mas, como refere a New Scientist, os seus efeitos a longo prazo são ainda muito limitados.