Pele inteligente permite aos pais “tocar” nos filhos doentes isolados

O têxtil inteligente, feito de silício, foi desenvolvido por investigadores da Universidade de Saarland e é tão fino como uma película.

O contacto físico desencadeia a libertação de hormonas benéficas para a saúde, como a oxitocina, a serotonina e a dopamina, além de reduzir o stress, estimular o sistema imunitário e aliviar a dor.

É por isso que a investigação sobre o tato se tem debruçado sobre o potencial dos têxteis inteligentes para estimular os cuidados de saúde.

Tendo em conta o seu valor terapêutico e medicinal, os cientistas da Universidade de Saarland desenvolveram um têxtil inteligente que permite que crianças gravemente doentes, internadas nas enfermarias de isolamento dos hospitais, tenham a oportunidade de sentir a proximidade dos seus pais.

Segundo o Interesting Engineering, o têxtil, feito de silício, tem 50 micrómetros de espessura e funciona como uma segunda pele.

Paul Motzki, professor da Universidade de Saarland, explicou que “uma camada condutora de eletricidade altamente flexível é impressa em cada lado da película ultrafina para criar o que é conhecido como um elastómero dielétrico“.

Se aplicarmos uma tensão à película de elastómero, “os elétrodos atraem-se mutuamente, comprimindo o polímero e fazendo com que este se expanda para os lados, aumentando assim a sua área de superfície”.

A película fica, assim, com uma impressão do toque dos pais das crianças. Quando entram em contacto, alteram a “capacitância elétrica, uma grandeza física que pode ser medida com precisão”.

Depois, ela envia a sequência para a criança que está a usar a segunda pele, a película capta o toque e transmite-o. A velocidade e o grau de sensibilidade do toque também podem ser regulados.

“Podemos fazer com que a película execute movimentos de flexão continuamente controlados, de modo a exercer uma pressão crescente sobre a pele, ou podemos fazer com que permaneça numa posição fixa”, acrescentou a estudante de doutoramento Sipontina Croce.

Na conferência sobre inovação Hannover Messe, os investigadores vão demonstrar com um relógio que conseguem transformar um toque feito por um dedo em “longos movimentos de acariciar” e que são capazes de amplificar uma sensação com uma quantidade minúscula de película física.

ZAP //

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