Novo estudo teórico apresenta uma ideia inédita: uma forma misteriosa de matéria pode estar a ser a força motriz por detrás da expansão do universo.
E se houvesse uma espécie de forma misteriosa de matéria, as “não-partículas”, que fossem responsáveis pela expansão cada vez mais acelerada do universo?
É o que defende um estudo teórico inovador, que sugere que a expansão do universo é impulsionada, não por uma constante cosmológica, mas por não-partículas, que já haviam sido consideradas no contexto da física de partículas.
Esta versão contraria a teoria amplamente aceite de que a energia escura, sob a forma de uma constante cosmológica, impulsiona esta expansão.
As “não-partículas” desafiam o Modelo Padrão da física de partículas, estão mais alinhadas com as observações astronómicas.
A expansão do universo e a formação de estruturas em grande escala, como galáxias e aglomerados galácticos, têm sido assuntos de significativo interesse e debate científico.
Têm surgido discrepâncias nos valores medidos da constante de Hubble, que mede a taxa de expansão, e do parâmetro S8, indicativo da formação de estruturas em grande escala; que lançaram dúvidas sobre a hipótese da constante cosmológica.
Estes parâmetros, cruciais para a nossa compreensão do cosmos, são derivados de observações de fenómenos cósmicos, descreve o portal Live Science.
No entanto, há inconsistências na interpretação destes dados, levando a uma “enorme tensão na cosmologia.”
O estudo explora a teoria das “não-partículas”, introduzida pela primeira vez pelo físico teórico Howard Georgi. São peculiares, por não possuírem um momento e massa bem definidos, comportando-se mais como um fluido a nível macroscópico.
Esta característica torna as “não-partículas” um candidato convincente para energia escura devido à sua fraca interação com a matéria convencional e à sua equação de estado, que imita de perto a da constante cosmológica.
Utilizando a hipótese das “não-partículas” na sua análise, os cientistas da Universidade de Ariel descobriram que o seu modelo reconcilia as medições da constante de Hubble e do parâmetro S8, oferecendo uma explicação unificada consistente com os dados observacionais.
Mas, recorde-se, é um estudo teórico, fora, postuladas e discutidas teorias; sem evidências empíricas – embora os autores estejam confiantes de que os avanços na astronomia confirmam esta teoria (e querem testar a teoria em experiências com aceleradores de partículas).
Entretanto, uma outra teoria, introduzida num artigo académico recentemente publicado, desafia a existência da matéria escura e propõe um conceito revolucionário de gravidade no qual o espaço-tempo apresenta “instabilidade”.
Primeiro era “deus”, depois a “energia escura”, agora as “não-partículas” e depois ? Voltamos ao “deus” ?