A proximidade das mini-Luas pode ser útil para testarmos as capacidades de exploração espacial de forma mais barata e eficiente.
Nos últimos anos, a descoberta de “mini-Luas” despertou interesse nestes satélites naturais como potenciais trampolins para a exploração espacial.
Ao contrário dos satélites convencionais ou detritos espaciais, mini-Luas como 2006 RH120 e 2020 CD3 são pequenos companheiros temporários da Terra, capturados na sua órbita por breves períodos antes de serem ejectados do sistema Terra-Lua.
A Catalina Sky Survey, apoiada pela NASA, desempenhou um papel crucial na identificação destes objetos, revelando o seu potencial como asteróides próximos da Terra adequados para um escrutínio científico próximo.
Os especialistas veem as mini-Luas como alvos acessíveis para missões que poderiam testar as capacidades necessárias para a exploração mais profunda do Espaço, como as destinadas a Marte.
A proximidade das mini-Luas com a Terra torna-as ideais para missões que requerem significativamente menos combustível em comparação com outros corpos celestes, dada a sua baixa atração gravitacional e a mínima alteração de velocidade (delta-V) necessária para as alcançar.
A missão OSIRIS-REx, que trouxe com sucesso uma amostra do asteróide Bennu para a Terra, exemplifica o potencial da exploração de asteróides próximos da Terra. No entanto, o alto custo e a longa duração de tais missões realçam o apelo de visar as mini-Luas, onde podemos ir e voltar em cerca de 100 dias.
Esta eficiência apresenta uma oportunidade para refinar as tecnologias de viagem espacial de uma maneira mais económica e oportuna, explica o Live Science.
Além dos aspectos tecnológicos, as miniluas e outros asteróides próximos da Terra podem auxiliar no desenvolvimento de capacidades de reabastecimento no Espaço, que são cruciais para missões de longa duração.
A capacidade de extrair água e combustível destes corpos pode revolucionar as viagens espaciais, reduzindo a dependência dos recursos da Terra. Esta abordagem está alinhada com os esforços para superar a “tirania da equação do foguetão”, que dita o aumento exponencial do propelente necessário para cargas úteis mais pesadas.
Várias entidades comerciais já estão a explorar a viabilidade da mineração de asteróides, com o objetivo de aproveitar a água e os metais destes objetos celestes.
Embora as mini-Luas em si possam não ser as melhores candidatas para a extração de água devido à sua exposição à radiação solar, a sua acessibilidade torna-as valiosos locais de teste para tecnologias de mineração.
À medida que nos encontramos à beira destas descobertas, o potencial das mini-Luas para contribuir para a nossa compreensão do cosmos e facilitar a exploração espacial humana nunca foi tão evidente.