Estudo descobre um associação curiosa entre tomar Viagra e o Alzheimer

matsuyuki / Flickr

Uma nova pesquisa descobre uma associação entre a toma de Viagra e uma redução no risco de desenvolver Alzheimer.

Um estudo recente publicado na Neurology que envolveu quase 270.000 homens sugere que os inibidores da fosfodiesterase tipo 5, como o Viagra, conhecidos por tratar eficazmente a disfunção erétil, podem também diminuir o risco de desenvolver a doença de Alzheimer.

Investigadores da University College London (UCL) analisaram 269.725 participantes do sexo masculino no Reino Unido, com uma idade média de 59 anos, sem evidências de comprometimento cognitivo, mas recentemente diagnosticados com disfunção erétil.

Durante um período de estudo de cinco anos, os participantes foram divididos em dois grupos: aqueles com receitas para medicamentos para disfunção erétil, como sildenafil (Viagra) (55% dos participantes), e aqueles que não trataram a sua disfunção erétil desta maneira (45%).

Os resultados mostraram que, dos 1.119 participantes que desenvolveram Alzheimer, 749 estavam a tomar medicamentos para disfunção erétil, enquanto 370 não estavam. Medido por pessoa-anos, a prevalência de Alzheimer entre os medicados foi de 8,1 casos por 10.000 pessoa-anos, comparado a 9,7 casos por 10.000 pessoa-anos para os não medicados. Após ajustar fatores como idade e estilo de vida, descobriu-se que aqueles sob medicação tinham um risco 18% menor de desenvolver Alzheimer.

O estudo, liderado por Ruth Brauer, da UCL, sugere que a redução de risco foi maior entre homens que tomaram uma quantidade significativa de medicação — 20 ou mais prescrições durante o estudo. Os dados também indicaram um efeito protetor mais forte para homens com 70 anos ou mais, relata o New Atlas.

Além de seu uso conhecido, o sildenafil foi desenvolvido inicialmente para tratar hipertensão e angina, e estudos anteriores em animais já tinham mostrado resultados promissores dos inibidores da PDE5 no aumento do neurotransmissor acetilcolina, associado à memória e aprendizagem, e potencialmente na prevenção da acumulação de proteínas tóxicas ligadas ao Alzheimer.

Estas descobertas são promissoras mas os investigadores enfatizam a necessidade de mais investigações clínicas para entender como os inibidores da PDE5 atuam no cérebro.

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