Quando o mais difícil parecia estar feito, a selecção de andebol saiu do Europeu 2024. Andebol e futebol têm dois “inimigos” mais evidentes.
Qualquer selecção nacional ganha ou perde (ou empata) com qualquer adversário. Seja em que modalidade for.
No entanto, em determinados países, e em determinadas modalidades, poderem aparecer adversários que se tornam mais incómodos do que outros.
Em Portugal, e no futebol, provavelmente pensa-se logo na França. Raízes que surgiram no Europeu 1984, reforçaram-se no Europeu 2000 e no Mundial 2006 – mas que quase foram esquecidas no Europeu 2016.
No entanto, os números mostram que há outro adversário particularmente “devastador”: a Alemanha. Há os famosos e vitoriosos casos de Carlos Manuel e do jogo Sérgio Conceição 3-0 Alemanha, mas de resto a selecção alemã nunca perdeu – e só soma vitórias nos cinco jogos disputados neste século.
Além dos resultados, isso também se nota na postura lusa, nas exibições portuguesas quando a Alemanha está do outro lado. Não é igual.
E agora, Países Baixos
A postura e a exibição da selecção nacional de andebol, no Europeu 2024, também não foram as mesmas nesta terça-feira, no duelo com os Países Baixos.
Portugal chegou a esta última jornada com fortes hipóteses de lutar pelo 5.º lugar (meias-finais já eram impossíveis), a melhor classificação de sempre. E garantiria já a presença num torneio de qualificação para os Jogos Olímpicos.
Isto porque o percurso dos portugueses foi de topo, neste torneio na Alemanha: nos seis jogos anteriores, quatro vitórias. Só perderam contra Dinamarca e Suécia – ou seja, só a campeã mundial e a campeã europeia tinham travado Portugal.
Até que apareceu… Países Baixos. De novo. Empate (33-33) contra uma selecção que tinha perdido todos os jogos nesta segunda fase.
Mais tarde, vitória da Eslovénia contra a Dinamarca e Portugal desce para o 7.º ou 8.º posto do torneio. Mais importante do que isso: fora do apuramento imediato para o torneio pré-olímpico (mas já lá vamos).
Escrevemos “de novo” porque os Países Baixos passaram a ser um adversário incómodo para Portugal, desde 2022.
Em quatro jogos, apenas uma vitória portuguesa, no play-off do Mundial 2023. Um sucesso importante, já que esse triunfo por 35-28 permitiu inverter a derrota assustadora por 33-30 na primeira “mão”, em Portimão.
Poucos meses antes, na fase final do Europeu 2022, Portugal chegou à última jornada com possibilidade de seguir para a fase seguinte. Se tivesse vencido os Países Baixos (e apareceu como favorito) nesse jogo, continuaria; mas perdeu por 32-31 e instalou-se a desilusão na comitiva lusa. Tal como agora.
O drama acentuou-se nos dois casos: no Euro 2022 os Países Baixos conseguiram a vitória mesmo nos instantes finais; ontem, no Euro 2024, Portugal teve a oportunidade de “matar” o resultado no último minuto, mas Luís Frade, na linha dos seis metros, não levou a melhor sobre o guarda-redes adversário (e os holandeses conseguiram o empate a poucos segundos do fim).
Ponto positivo neste empate decepcionante? No dia seguinte, nesta quarta-feira, no outro grupo a Islândia derrotou a Áustria e colocou Portugal num torneio de qualificação para os Jogos Olímpicos.
Portugal amedronta-se e encolhe-se frente à Alemanha por complexo de inferioridade, e inexplicável medo quando jogam com confiança e não temem o adversário conseguem bons resultados, o medo destrói tudo….