O Natal é, para a maioria das pessoas, uma das épocas festivas mais especiais do ano. No entanto, se por um lado desperta felicidade, por outro é também capaz de causar ódios de estimação. As (repetidas) músicas natalícias são exemplo disso mesmo.
Esta semana, “Last Christmas” dos Wham, chegou ao top das mais ouvidas no Natal no Reino Unido — mais de 39 anos depois de ter sido lançada.
Aparentemente, no Natal não há como fugir às músicas natalícias. E a música de Natal é algo que ou se ama ou se odeia, não há margem para meios termos.
Mas, para as pessoas que trabalham em centros comerciais, por exemplo, a banda sonora natalícia pode mesmo revelar-se um problema de saúde.
Em 2018, a psicóloga Linda Blair confirmou isso mesmo: ouvir músicas de Natal de forma repetida pode ser mentalmente desgastante, diminuindo os níveis de concentração.
“As pessoas que trabalham em lojas durante o Natal precisam de desligar-se da música da época. Se não o fizerem, isso vai realmente impedi-las de se concentrarem noutra coisa qualquer”, explicou a clínica na altura, em declarações à Sky News.
“Basicamente, gastamos toda a nossa energia a tentar não ouvir o que estamos realmente a ouvir”, sustentou Linda Blair.
Inicialmente, as músicas de Natal podem desencadear sentimentos de nostalgia, colocando-os mais próximos desta época especial.
No entanto – e já depois de estar a ouvir a All I Want For Christmas Is You pela 10.ª vez -, as pessoas podem desenvolver sentimentos de aborrecimento, tédio e até angústia.
Estes sentimentos negativos resultam do “mero efeito de exposição”, explicou a psicóloga Victoria Williamson, citada pelo Insider.
Quando exposto de forma continuada a um certo tipo de música, o cérebro começa a ficar saturado, processando estas melodias como desagradáveis. E, face a isto, outros sentimentos negativos e tensões podem ser potenciadas.
Estratégia apetecível para aumentar consumo
Talvez esta não seja uma grande descoberta para a maioria das pessoas. No entanto, para os vendedores, passar músicas de Natal é uma clara estratégia para apelar ao consumo. Estudos anteriores já revelaram que um equilíbrio entre cheiros e músicas festivas pode afetar positivamente o ambiente de compra, deixando os clientes felizes.
Um estudo publicado em 2005 demonstrou que quando a simetria perfeita entre a música e os aromas era atingido, esse ambiente encorajava os clientes a passar mais tempo no estacionamento, impulsionando consequentemente as vendas.
No entanto, realça o professor de marketing Eric Spangenberg, há certos tipos de música que são mais eficazes do que outros.
O especialista, que estudou o efeito das músicas de Natal em ambientes de venda ao público, explicou à NBC que os ritmos lentos “atrapalham” os consumidores, fazendo com que estes fiquem mais tempo no interior das lojas. Em sentido oposto, as músicas de ritmo acelerado, tendem a apressar a saída dos clientes do espaço.
Nem quero imaginar en que estado ficam os neurónios dos(as) Operadores de caixas de Supermercados Dias seguidos a suportar as Intragáveis musicas de fundo e anúncios a repetição !