Pulsares aranha estão a assassinar estrelas próximas

ESO/M. Kornmesser

Um grupo de estrelas mortas, conhecidas como “pulsares aranha”, está a assassinar as suas estrelas companheiros no interior do aglomerado globular Omega Centauri.

Com cerca de 10 milhões de estrelas, Omega Cantauri é o aglomerado globular mais brilhante do céu noturno e o mais massivo da Via Láctea.

O comunicado da NASA revela que a investigação se baseou em dados do Observatório de Raios-X Chandra, da agência espacial norte-americana, e analisou o comportamento predatório destes pulsares, localizados a 17.700 anos-luz de distância da Terra.

Um pulsar, isto é, restos do colapso de uma estrela massiva numa estrela de neutrões, torna-se um pulsar de milissegundos quando gira rapidamente, emitindo feixes de radiação semelhantes aos de um farol.

Os pulsares aranha, uma subclasse especial , ganharam o seu nome devido aos danos sistemáticos que infligem às suas estrelas companheiras mais pequenas. Estes corpos celestes assassinos arrancam as camadas exteriores das suas companheiras através de ventos de partículas energéticas que emitem.

Com a ajuda dos radiotelescópios Parkes e MeerKAT, os astrónomos identificaram 18 pulsares de milissegundos em Omega Centauri.

Uma análise subsequente aos dados do Chandra revelou que 11 destes pulsares emitem raios-X, com um subconjunto de cinco identificados como pulsares aranha concentrados perto do centro do aglomerado.

A equipa de investigadores da Universidade de Alberta, no Canadá, identificou dois tipos distintos de pulsares-aranha com base na massa das suas estrelas companheiras: os pulsares-aranha “redback” infligem danos em estrelas companheiras com uma massa entre um décimo e metade da massa do Sol, enquanto os pulsares aranha “black widow” têm como alvo estrelas companheiras com menos de 5% da massa da nossa estrela.

Os redbacks revelaram um maior brilho em raios-X do que os seus homólogos, numa investigação que apresenta, pela primeira vez, uma correlação geral entre o brilho dos raios-X e a massa da companheira.

A proximidade entre os pulsares aranha e as suas companheiras, entre uma e 14 vezes a distância da Terra à Lua, desempenha um papel fundamental no processo destrutivo, causando mais danos quanto maior for a proximidade.

Estas descobertas estão de acordo com modelos teóricos que afirmam que a massa das estrelas companheiras influencia a dose de raios-X recebida. Estrelas mais maciças produzem ventos de partículas mais densos, levando a ondas de choque mais significativas e raios-X mais brilhantes aquando da colisão.

O artigo científico com as descobertas está disponível no portal arXiv.

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