Uma equipa de cientistas capturou as primeiras imagens do esquivo rato gigante de Vangunu, uma espécie criticamente ameaçada nativa das Ilhas Salomão.
A descoberta de exemplares vivos do rato gigante de Vangunu, considerada um achado significativo pelos cientistas, foi apresentada a semana passada num artigo publicado na Ecology and Evolution.
O roedor, cuja espécie tem o nome científico de Uromys vika, é uma criatura notável, com mais do dobro do tamanho dos ratos comuns — chegando a atingir o tamanho de um bebé humano recém nascido.
Arbóreo por natureza, o Uromys vika tem a capacidade invulgar de roer as duras cascas de cocos com os seus poderosos dentes.
A espécie, que se encontra confinada à ilha de Vangunu e foi descrita pela primeira vez num artigo publicado em 2017 no Journal of Mammology, é considerada criticamente ameaçada, principalmente devido à destruição do habitat causada por práticas de exploração madeireira.
A equipa internacional de investigadores responsável pela descoberta incluiu membros da Universidade de Melbourne, da Universidade Nacional das Ilhas Salomão e da aldeia local de Zaira.
Os investigadores usaram câmaras escondidas, com as quais conseguiram obter 95 fotografias que mostram quatro ratos diferentes no seu habitat florestal natural.
Depois de usar inicialmente usar manteiga de amendoim como isco, os investigadores experimentaram trocá-la por óleo de sésamo — e os gigantescos roedores apareceram.
“O conhecimento está com as pessoas. São os guardiões locais do conhecimento”, disse Kevin Sese, investigador da universidade local e co-autor do estudo, citado pelo New York Times. “Se não fosse a ajuda das pessoas de Zaira, nunca teríamos conseguido saber onde colocar as câmaras”.
A divulgação destas fotografias dá um raio de esperança aos conservacionistas da comunidade local, que há quase duas décadas lutam para proteger o habitat do rato gigante de Vangunu da exploração madeireira nas Ilhas Salomão.
A confirmação visual da existência do rato gigante de Vangunu corrobora as afirmações de longa data da comunidade local sobre a presença da espécie nas suas florestas.
Apesar das inúmeras tentativas de captar imagens desta espécie elusiva, até agora nunca tinham sido registadas oficialmente imagens de Uromys vika numa revista científica.