Descobertas granadas de pedra com 400 anos da dinastia Ming na Grande Muralha da China

Wikimedia Commons

Ao contrário das granadas modernas feitas para ter o maior impacto explosivo possível, as granadas da dinastia Ming tendiam mais a incendiar.

Uma equipa de arqueólogos descobriu uma coleção surpreendente de granadas de pedra com cerca de 400 anos na Grande Muralha da China, perto de Pequim.

Estas armas, encontradas nas ruínas de um armazém junto à secção de Badaling da muralha, destacam a incrível diversidade de armas de pólvora usadas durante a dinastia Ming, que governou a China entre 1368 e 1644.

Tonio Andrade, professor de história na Emory University em Atlanta, refere que esta descoberta valida a sua afirmação de que a dinastia Ming foi o primeiro “Império da Pólvora” do mundo.

Andrade, que não esteve envolvido na descoberta, é autor do livro “The Gunpowder Age: China, Military Innovation, and the Rise of the West in World History”, e explica que a invenção da pólvora na China remonta ao século X. Durante a dinastia Ming, várias armas explosivas já estavam em uso em toda a Ásia Oriental, com nomes fantásticos como “ratos voadores“, “tijolos de fogo” e “bombas mágicas de areia voadora de dez mil fogos”, escreve o Live Science.

As granadas de pedra, com um orifício no centro para encher de pólvora, eram uma arma comum para os guardas ao longo da Grande Muralha durante a dinastia Ming. “Depois de serem cheias com pólvora, as granadas podiam ser seladas e lançadas, não só atingindo o inimigo, mas também causando uma explosão”, disse Shang Heng, investigador no Instituto de Arqueologia de Pequim.

Estas armas eram fáceis de fabricar e úteis para os soldados na muralha lançarem aos invasores. Diferentemente das granadas modernas, que são conhecidas pela sua explosão intensa, as primeiras granadas tendiam mais a incendiar do que a explodir, embora ainda fossem projetadas para maximizar a força explosiva,

Além das granadas, os arqueólogos também anunciaram a descoberta dos restos de um forte de pedra perto da muralha, bem como fogueiras, fogões, pás e utensílios entre os restos das torres defensivas da muralha.

Esta descoberta marca a primeira vez que um armazém de armas foi encontrado ao longo da Grande Muralha, oferecendo novas perspetivas sobre as táticas militares da dinastia Ming e a evolução histórica da tecnologia de armamento na China.

ZAP //

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