Para muitos seguidores do Aldi Nord, na Alemanha, parece que não podem aparecer modelos negros nos anúncios.
Uma publicação do Aldi Nord, na Alemanha, a antecipar a época de Natal – cá como lá, o comércio já deixa a sensação de que 25 de Dezembro é já na próxima semana – poderia ser uma publicação banal, que passaria despercebida.
Esta não passou.
A publicidade apresenta um homem sentado no chão, com um prato que tem alguns produtos típicos de Natal.
Para algumas pessoas, qual é o problema nesta decoração natalícia? O homem é negro.
A conta do Aldi Nord no X, antigo Twitter, começou a ser alvo de insultos com tom racista, que começou com uma publicação de um dos seus seguidores.
Num folheto da mesma empresa, duas modelos aparecem roupa desportiva. Uma delas é negra – e os protestos acumularam-se, também naquela rede social.
O Aldi Nord já reagiu: bloqueou diversas contas no seu perfil no X. Não podem publicar ou comentar lá, depois deste “incidente de racismo”.
“O tom dos comentários é quase exclusivamente discriminatório e por vezes racista. Não aceitamos tais comentários e condenamos da forma mais veemente possível”, lê-se em comunicado.
Por isso, e já que os responsáveis pelo X não reagiram, a Aldi Nord avançou: “Dado que os operadores da plataforma não estão a tomar medidas suficientes contra o chamado discurso de ódio, decidimos nós próprios tomar medidas”.
A empresa decidiu então efetuar uma série de bloqueios, a que chamou uma “blockchain“, tendo bloqueado o perfil que originou esta confusão online — e todos os seus seguidores.
Os comentários nas publicações da Aldi Nord estão limitados: só podem comentar os perfis que a empresa também segue na rede social.
A Aldi está “sempre pronta” para trocar ideias de forma construtiva. “Mas isto termina quando a dignidade de outras pessoas é violada e essas pessoas são insultadas através do discurso de ódio”, esclarece.
Isto originou nova onda de protestos, noticia o Frankfurter Rundschau: há utilizadores do X que se queixam de “castigo colectivo” e de restrição à liberdade de expressão.
As polémicas deste género podem não ficar por aqui, avisa o Der Spiegel: é que o Lidl também tem modelos negros em folhetos recentes – e a palavra “Lidl” já entrou na lista de assuntos do momento no X, na Alemanha, no dia 27 de Outubro (de 2023, sim).
Racistas são subumanos.
Também já reaparei em vários países como Portugal só deve ter pretos, muitos de seus anúncios são com pretos então deduz-se que é tudo preto.
E se fossem só portugueses? deus me livre