A canábis está em todo o lado. Hoje, a planta cresce em todos os continentes exceto na Antártida. Mas nem sempre foi assim. Sabe como é que esta “erva” conquistou o mundo?
A canábis – uma planta que hoje se encontra em quase todos os continentes – nasceu há 28 milhões de anos, no planalto tibetano.
As evidências sugerem que a canábis surgiu depois de se separar do último ancestral comum que partilhava com a planta do lúpulo.
O sucesso da canábis deve-se em grande parte à espécie humana, que a terá cultivado e espalhado inadvertidamente por todo o Mundo.
Ao limpar a vegetação para fazer se construírem acampamentos, a canábis dispôs de tudo o que precisava para prosperar: áreas abertas e ensolaradas com solo fértil, como explica a New Scientist.
Utilidades várias
O Homem reconheceu, rapidamente, o valor da canábis. Acredita-se que tenha sido uma das primeiras plantas cultivadas, quando se iniciaram as práticas agrícolas, há cerca de 12.000 anos.
As utilidades da canábis eram várias: os caules – secos – serviam para criar fibras; as sementes podiam ser comidas ou usadas para fazer óleo; e as brácteas, revestidas de resina, poderiam ter sido usadas para fins medicinais.
As sementes da planta não são envolvidas por frutos saborosos, o que as torna menos atrativas para a alimentação animal. Além disso, são redondas e pesadas, não possuindo asas que lhes permitam ser levadas pelo vento.
Não sendo uma semente atraente para animais e não podendo ser levada facilmente pelo vento, coube aos humanos disseminar e dar uso a esta planta.
O percurso da canábis
A partir do Tibete, a planta viajou pela Ásia central e oriental, chegando à Europa oriental e Médio Oriente por volta de 2000 a.C., através de grupos nómadas.
Na Idade Média, a canábis já se encontrava bem estabelecida na Europa, e através das rotas comerciais, expandiu-se para África e Sudeste Asiático.
As Américas foram a última região do planeta a acolher esta planta, no século XVI, com a chegada dos colonizadores europeus.
A história da canábis diz-nos muito sobre a interação entre a natureza e o ser humano.
O seu vasto leque de utilidades foi, no entanto, o fator mais importante para que esta famosa planta tivesse sido integralmente adotada e disseminada por culturas, em todo o mundo – desde há quase 30 milhões de anos, até hoje.