No arranque do ano letivo, ainda há 80 mil alunos sem professor a uma ou mais disciplinas. O ministro da Educação assegurou, no entanto, que o Governo está a colocar professores todos os dias. “De sexta-feira para hoje já há menos 300 horários sem professor colocado”. Só que ainda há 1300 horários vazios…
O ministro da Educação assegurou, esta segunda-feira, que todos os dias estão a ser colocados professores e que as situações de falta de docentes nas escolas estão a ser resolvidas “paulatinamente”.
João Costa falava aos jornalistas à margem da cerimónia de inauguração do edifício do Ensino Secundário da Escola Básica Carlos Gargaté, na Charneca da Caparica, concelho de Almada.
“Estamos a colocar professores todos os dias”, assegurou o ministro.
“Como sabemos há um problema mais localizado na região de Lisboa. Estamos a conseguir paulatinamente ir resolvendo situações, disse adiantando que as escolas já estão também a agilizar os processos de contratação de escola. De sexta-feira para hoje já há menos 300 horários sem professor colocado”, disse adiantando que as escolas já estão também a agilizar os processos de contratação de escola.
80 mil alunos sem professor
O ano letivo 2023/2024 arranca esta semana, entre os dias 12 e 15, e, mais uma vez, a dificuldade em contratar docentes volta a assombrar a reabertura das escolas, um problema que, não sendo novo, parece agravar-se ano após ano.
Em vésperas do regresso às aulas, e já depois de terem sido preenchidos 2.924 lugares na reserva de recrutamento concluída na sexta-feira, as escolas procuravam professores para ocupar cerca de 1300 horários ainda vazios, sobretudo nas regiões do Algarve e Lisboa e Vale do Tejo.
De acordo com o Diário de Notícias, 80 mil estudantes estão ainda sem professor a, pelo menos, uma disciplina.
O número foi adiantado ao matutino, esta terça-feira, pelo blog ArLindo, um dos mais lidos no setor da educação.
“Seja ministro, senhor ministro”
Na manhã desta segunda-feira o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, avançou que mais de 100 mil alunos estariam sem aulas se estas arrancassem hoje, solicitando ao ministro da Educação que “tome medidas” e que “seja ministro”.
João Costa disse na tarde de hoje que o Governo nunca fechou as portas à negociação e que estas continuam abertas.
“O que queremos é trabalhar em conjunto e construir seguindo a velha máxima que são sempre precisos dois para dançar o tango e nós temos estado disponíveis para dançar assim tenhamos acompanhantes na dança”, salientou.
Além da contratação de escola, cujos procedimentos estão em curso, João Costa adiantou que está prevista, na próxima sexta-feira, uma reserva de recrutamento.
“Estamos em cima do assunto, a acompanhar as escolas e as necessidades para que aconteça o que queremos que é os alunos terem as suas aulas e aprenderem. Ao contrário do que aconteceu no passado este Governo não diz que temos professores a mais, não diz que podem emigrar, este Governo diz que precisamos de professores, estamos a trabalhar para ter mais professores e é preciso que não se volte atrás neste caminho”, disse.
O ministro fez ainda um apelo para que os alunos sejam colocados no centro das preocupações, considerando, contudo, normal a contestação em democracia.
ZAP // Lusa