Clemens Bilan / EPA
Ucraniana Naftogaz considera que descoberta das novas jazidas, que poderão atingir os mil milhões de metros cúbicos, pode permitir ao país avançar para a independência energética total face à Rússia”.
A empresa energética ucraniana Naftogaz anunciou esta terça-feira a descoberta, numa zona não especificada, de novas reservas de gás natural que poderão atingir os mil milhões de metros cúbicos e permitir ao país tornar-se independente dos fornecimentos da Rússia.
“A descoberta das novas jazidas poderá permitir ao país avançar para a independência energética total face à Rússia”, esclarece a empresa ucraniana Naftogaz em comunicado.
A informação geológica obtida indica que “as reservas deste novo campo podem atingir os mil milhões de metros cúbicos de gás“, lê-se no comunicado emitido pela empresa, em que esta se refere às conclusões retiradas do processo de prospeção, para o qual foram realizadas perfurações a mais de 4.000 metros de profundidade.
E prossegue: “ao aumentar as reservas, estamos a criar uma perspetiva de crescimento sustentável para a produção de gás”, declarou Oleg Tomachev, diretor-geral da UkrGazVydobuvannya, a filial da Naftogaz que realizou a operação de prospeção.
No comunicado, recorda-se que a Naftogaz pôs recentemente a funcionar dois poços de gás natural os quais permitem extrair mais de 430 mil metros cúbicos de gás natural por dia.
Desde 2015 que a Ucrânia não importa diretamente o gás da Rússia, mas compra-o de países ocidentais parte do gás que passa pelo seu território — em 2021, fez o trânsito de 37 mil milhões de metros cúbicos de gás russo diretamente para países da União Europeia (UE), consumiu 27,3 mil milhões de metros cúbicos e importou 2,6 mil milhões, segundo a Reuters.
Por esta altura, agosto de 2023, a Ucrânia registou um influxo de gás de 43,6 milhões de metros cúbicos para trânsito da Rússia para a Europa através da rota de Sudzha, segundo o Statista. Em 25 de fevereiro de 2022, um dia após o início da invasão russa à Ucrânia, a Ucrânia foi responsável pelo trânsito de quase 110 milhões de metros cúbicos de gás russo para países europeus através de Sudzha e Sokhranivka, os dois principais pontos de trânsito.
O ponto de trânsito de gás Sokhranivka, juntamente com a Estação Compressora de Fronteira Novopskov (CS), estava localizado na região de Luhansk, no leste da Ucrânia, que foi ocupada por forças russas e separatistas a partir de maio de 2022. Em 10 de maio de 2022, o Operador do Sistema de Transmissão de Gás da Ucrânia anunciou que não seria capaz de manter o controlo sobre as instalações e, assim, declarou um caso de força maior e informou a Gazprom russa de que cessaria o trânsito de gás através dessa rota a partir de 11 de maio de 2022.
A Gazprom tem um contrato de trânsito de gás com a Ucrânia, segundo o qual, o país deveria transita 40 mil milhões de metros cúbicos em cada ano seguinte até 2024.
A Ucrânia procura, desde 2014, deixar de importar gás da Rússia, diretamente ou através de intermediários. O fornecimento de gás tem sido uma das formas mais eficazes de influência da Rússia sobre a Ucrânia desde que o país declarou independência em 1991.
ZAP // Lusa
As contas não estão bem feitas nesta reportagem, então decobrem reservas de mil milhões de toneladas que os torna independentes, quando em 2021 importaram 2.6 mil milhões de toneladas?
Caro leitor,
A reportagem não “faz contas”; cita afirmações de um comunicado da Naftogaz e dados da agência Reuters.