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Estudo revela o nosso “paradoxo da confiança” sobre a IA

Apesar de estarmos abertos ao uso da inteligência artificial, ainda há uma grande desconfiança em torno destas tecnologias.

Um estudo recente publicado na PLOS One revela um paradoxo significativo em relação às atitudes do público face às tecnologias de inteligência artificial (IA). Embora os indivíduos possam mostrar um maior nível de apoio às aplicações de IA, a confiança nestas mesmas tecnologias pode não estar ao mesmo nível.

Os autores fizeram um inquérito a 1008 cidadãos representativos dos EUA através da plataforma Lucid, focando-se no uso de IA em diferentes domínios, como drones armados, cirurgias, carros autónomos e moderação de conteúdo nas redes sociais.

A pesquisa identificou um “paradoxo de confiança” onde os indivíduos apoiavam o uso de tecnologias de IA, mesmo que não confiassem nelas. Esta discrepância foi mais evidente na vigilância policial, seguida de drones, carros, cirurgia geral e moderação de conteúdo nas redes sociais.

Fatores como as perceções da eficácia da IA, crenças em salvaguardas, avaliações de riscos e benefícios e o “medo de perder” (FOMO) pareceram influenciar o apoio, mesmo perante uma baixa confiança, explica o PsyPost.

Curiosamente, os participantes mostraram-se mais inclinados a apoiar tecnologias que ofereciam autonomia de iniciativa mista, uma colaboração equilibrada entre humanos e máquinas, em comparação com tecnologias que proporcionavam que tinham autonomia total ou controlo humano total.

As atitudes em relação à IA também variaram tendo em conta alguns dados demográficos. Os indivíduos mais velhos mostraram menos apoio e confiança nas tecnologias de IA, enquanto os homens exibiram níveis mais elevados de ambos em comparação com as mulheres. A educação impactou positivamente o apoio e a confiança, enquanto que o conservadorismo teve uma correlação negativa com estes aspetos.

As descobertas do estudo sublinham que as decisões das pessoas em apoiar e adotar tecnologias de IA não se baseiam apenas no seu nível de confiança. Uma interação complexa de fatores, incluindo otimismo acerca das futuras versões da tecnologia e a crença de que os benefícios superam os riscos, contribui para este paradoxo.

ZAP //

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