O ex-Presidente norte-americano Donald Trump deverá entregar-se hoje às autoridades do estado da Georgia, no âmbito de um processo criminal em que é acusado de tentar reverter a sua derrota nas eleições presidenciais de 2020.
Na terça-feira, através de uma mensagem publicada na sua rede social (Truth Social), Donald Trump disse que se ia entregar às autoridades, por ter “feito uma chamada perfeita“, a 2 de janeiro de 2021.
O ex-Presidente referia-se a um dos principais trunfos da acusação: a gravação em que Trump pede ao secretário de Estado da Georgia, Brad Raffensperger, para “encontrar” votos suficientes para vencer naquele estado, com o intuito de afastar Joe Biden da Casa Branca.
Após entregar-se às autoridades, Trump deverá ser libertado da prisão do condado de Fulton, em Atlanta, após ter ouvido os termos da acusação e concluídos os procedimentos judiciais.
Ao chegar à instituição prisional, o magnata, que conta com a proteção diária dos serviços secretos norte-americanos, poderá ter acesso a uma área restrita por razões de segurança.
Nas suas aparições anteriores num tribunal estadual de Nova Iorque e em tribunais federais de Miami e Washington, Trump não foi algemado enquanto esteve sob custódia judicial.
Também não foi obrigado a posar para uma fotografia, com as autoridades a usarem fotos existentes do ex-Presidente para procederem ao registo.
Trump não descarta guerra civil
Esta quarta-feira, Donald Trump fez duras críticas às quatro acusações criminais de que é alvo e não descartou a possibilidade de uma guerra civil nos Estados Unidos.
O ex-Presidente norte-americano falava numa entrevista pré-gravada com Tucker Carlson, conhecido apresentador de extrema-direita, despedido pela Fox News em abril, transmitida na rede social X/Twitter, em competição com o debate republicano, que Trump falhou.
Trump disse que faltou ao debate porque não achou necessário passar duas horas a falar com outros candidatos que estão muito abaixo em termos de intenções de votos.
“Há um nível de paixão que nunca vi e um nível de ódio que nunca vi”, Donald Trump. “E essa é uma má combinação”, considerou, dizendo não saber se isso levará a violência nas ruas.
“O 6 de janeiro foi um dia muito interessante”, indicou o ex-presidente, referindo-se à invasão violenta do Capitólio que resultou na morte de quatro pessoas. “Foi a maior multidão para quem falei”, continuou, lembrando que muita gente que participou disse que foi “o dia mais bonito” que alguma vez tiveram.
“Nunca vi tanto amor”, frisou Trump, sobre a tentativa de insurreição que resultou em centenas de condenações judiciais e está na raiz de uma das acusações que pesam agora sobre o ex-Presidente.
Esse foi um dos temas quentes discutidos por Carlson e Trump, que criticou o Departamento de Justiça e os procuradores à frente das acusações.
“É uma horrível procuradora-geral essencialmente de Atlanta, condado de Fulton”, caracterizou Trump, referindo-se a Fani Willis e classificando a acusação na Geórgia como um ataque ao seu direito a criticar os resultados da eleição de 2020.
“Eles não têm casos de jeito contra mim. Até os democratas o dizem”, alegou Trump, depois de ter chamado as acusações de “tretas”.
É por isso, considerou, que a sua posição nas sondagens tem melhorado desde que os processos começaram. “Estou tão acima nas sondagens porque as pessoas percebem que é uma fraude”, afirmou.
“Biden é o pior presidente da História”
O candidato à nomeação republicana disse que o Departamento de Justiça está a ser usado como arma contra si e acusou o atual Presidente, Joe Biden, de corrupção e incompetência.
“O desonesto Biden é tão mau, é o pior presidente da História, é tão corrupto”, afirmou Trump, sem dar pormenores da alegada corrupção, mas chamando-lhe “o verdadeiro candidato da Manchúria” e considerando que está comprometido pela China.
Trump também criticou o estado físico e mental de Biden, dizendo que “não consegue levantar uma cadeira na praia” e mal consegue “dizer duas frases seguidas”.
Na entrevista transmitida cinco minutos antes do início do debate republicano em Milwaukee, que opôs oito candidatos à nomeação presidencial pelo partido, Trump voltou a dizer que ganhou a eleição em 2020 e que a vitória lhe foi roubada pelos democratas.
Se conseguir voltar à Casa Branca, o ex-Presidente prometeu tomar o controlo das fronteiras e expulsar “centenas de milhares de criminosos” que diz terem invadido os Estados Unidos, juntamente com doentes mentais e terroristas vindos de outros países.
Também criticou vários dos seus antigos aliados, incluindo o seu vice-presidente, Mike Pence, agora candidato à nomeação, o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, o ex-governador de Nova Jersey Chris Christie, agora também candidato, e o seu ex-procurador geral, Bill Barr.
O candidato lidera com grande distância as sondagens para as primárias republicanas, que arrancam em janeiro e vão determinar quem se irá bater pela presidência em novembro de 2024. A plataforma FiveThirtyEight dá a Trump 52,1% das intenções de voto, seguido de Ron DeSantis com 15,2%.
ZAP // Lusa
Infelizmente, com este narcisista arrogante e ganancioso apoiado num bando de lunáticos violentos (Qanon), a guerra civil é mesmo uma possibilidade, pois há muitos (demasiados) americanos ignorantes, imbecis e/ou ingénuos que acreditam nestes energúmenos. Se Biden está comprometido pela China (???!!!), Trump está comprometido pela Rússia. Se Biden é corrupto (provas?), Trump é o quê? Se Trump quer expulsar os criminosos, doentes mentais e terroristas, o melhor é começar pelos fanáticos do porte de armas, pelos membros do KKK e do Qanon.
Trump entrega-se às autoridades e não descarta, ou invoca, uma guerra civil nos EUA, em sua defesa?
Este tipo é um louco à solta. Os americanos com a dose de burrice e o espírito cowboy que os caracteriza gostam dele.
Se este país não tivesse o poder e a influência que tem era óptimo para nos rirmos.
Haja Deus!!!