Este incrível peixe vaidoso que muda de cor consegue “ver” com a sua pele

Wikimedia

Os cientistas identificaram a presença de moléculas sensíveis à luz, ou opsinas, localizadas por baixo dos cromatóforos dos peixes bodião-porco.

Numa descoberta revolucionária, os cientistas descobriram que o peixe bodião-porco possui a incrível habilidade de “ver” através da sua pele, ajudando-os a adaptar-se ao seu ambiente ao mudar de cor.

Esta forma única de visualização parece ajudar o peixe de recife a identificar e ajustar as suas próprias cores, de acordo com um novo estudo publicado na Nature Communications.

A bióloga Lori Schweikert, da Universidade da Carolina do Norte, comparou este fenómeno ao dos humanos a observar as suas roupas: “Se não pudesse usar um espelho ou dobrar o pescoço, como saberia se estava adequadamente vestido?”

Para o peixe bodião-porco (Lachnolaimus maximus), combinar a sua tonalidade com o seu fundo não é meramente cosmético — é vital para a sobrevivência. Sob a constante ameaça de predadores, manter-se camuflado torna-se primordial. Estes peixes também utilizam as suas habilidades de mudança de cor em situações sociais, como atrair parceiros ou afugentar competidores.

O mecanismo por trás deste talento único reside nas células repletas de pigmento chamadas cromatóforos. Estas células ajustam-se em sombra e tonalidade ao manipular o arranjo espacial dos seus pigmentos, explica o Science Alert.

A equipa de investigação, liderada por Schweikert, analisou amostras de pele do peixe bodião-porco. As investigações, que combinaram a rotulagem de proteínas e a microscopia avançada, identificaram a presença de moléculas sensíveis à luz, ou opsinas, localizadas por baixo dos cromatóforos. Estas opsinas desempenham um papel potencial na modulação da pigmentação nos cromatóforos, respondendo a níveis variáveis de luz.

“Os animais podem literalmente tirar uma foto da sua própria pele por dentro”, explica o biólogo marinho da Universidade Duke, Sönke Johnsen. “De certa forma, eles podem dizer ao animal como é a sua pele, já que ele não se consegue curvar para olhar”, acrescenta.

Adriana Peixoto, ZAP //

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