Inflação abranda há nove meses, mas 40,5% do cabaz de compras registou uma aceleração nos preços em julho. Preços da eletricidade e dos combustíveis são os prncipais suspeitos.
Apesar do abrandamento geral da inflação, de há nove meses para cá, 40,5% do cabaz de compras registou uma aceleração nos preços em julho, avança o Jornal de Negócios. Em contrapartida, essa aceleração estava presente apenas em 32,8% do cabaz, em junho, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Estes mais de 40% tiveram uma variação homóloga no índice de preços no consumidor (IPC) superior à do mês anterior. Significa isto que, enquanto a tendência geral indica um aumento de preços mais lento mês após mês, dois em cada cinco produtos estão a subir mais rapidamente em comparação com o mês anterior. Este indicador assinala um aumento em relação a junho, quando a aceleração foi observada em 32,8% do cabaz.
A energia é um fator fundamental para esta mudança. Durante meses, o índice de preços da energia estava em declínio, mas em julho, os preços aceleraram — de -18,8% para -14,9%.
São os crescentes preços da eletricidade e dos combustíveis que motivam esta aceleração. A eletricidade teve os seus preços impulsionados pela revisão das tarifas de acesso à rede, enquanto os combustíveis foram impactados pelo aumento do preço do barril de petróleo Brent.
Os alimentos, particularmente óleos, gorduras, açúcar e mel, também exibiram uma aceleração nos preços. Este segmento, a par do tabaco, grandes aparelhos domésticos e equipamento fotográfico, foi um dos mais influenciados.
Por outro lado, o sector dos serviços, nomeadamente restauração e hotelaria, teve um impacto significativo na inflação, sobretudo devido ao turismo. A “inflação crítica” atingiu 4,7% em julho, ultrapassando a variação homóloga do IPC.
No entanto, um quinto dos produtos estão já mais baratos. Os produtos que estão mais baratos face ao ano passado pesam agora 22,9% no cabaz total de compras.
Além da energia, também os óleos e gorduras, jogos, brinquedos, alguma roupa e equipamento para desporto, campismo e atividades de recreação e lazer ao ar livre estão mais baratos face ao ano passado.