Aborto deixa, pela primeira vez na História dos EUA, Exército e Fuzileiros sem comandantes

Marine Corps / Flickr

Recrutas do US Marine Corps, corpo de Fuzileiros dos Estados Unidos

O secretário da Defesa norte-americano avisou hoje que a prontidão e manutenção de tropas está em risco após a saída do chefe do Exército, deixando duas forças de combate terrestre das Forças Armadas sem líderes confirmados pelo Senado.

Os Estados Unidos estão sem chefe do Exército e comandante dos Fuzileiros.

O secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, frisou que se trata da primeira vez que tal acontece na história dos Estados Unidos.

Falando durante uma cerimónia na Base Conjunta Myer-Henderson Hall, Austin declarou que a falha do Senado em confirmar os novos líderes do Exército e dos Fuzileiros é prejudicial e poderá ter consequências nas relações com aliados e parceiros em todo o mundo.

A confirmação dos próximos chefe do Exército e comandante dos Fuzileiros está entre as mais de 300 nomeações militares paralisadas pelo senador republicano do Estado do Alabama Tommy Tuberville.

O senador recusa-se a desbloquear as nomeações das duas chefias militares, que necessitam de aprovação unânime dos membros da câmara alta norte-americana necessita até que o Pentágono volte atrás em sua política de subsidiar e ajudar as mulheres soldados que desejam realizar abortos ao mudarem de estado.

O Senado pode aprovar estas indicações caso a caso, em plenário. No entanto, o bloqueio do republicano, como membro da Comissão das Forças Armadas, impede a sua ratificação direta. Tuberville, eleito pelo estado conservador do Alabama, está há meses a bloquear mais de 200 nomeações para chefias militares.

“Hoje, pela primeira vez na história do Departamento da Defesa, dois dos nossos serviços estarão a operar sem liderança confirmada pelo Senado”, sublinhou Austin.

“Grandes equipas precisam de grandes líderes, e isso é essencial para manter o poderio da mais letal força de combate do mundo”, acrescentou.

O general do Exército James McConville vai aposentar-se, enquanto o general Randy George, o atual vice-chefe, foi nomeado para se tornar o próximo chefe deste ramo das Forças Armadas norte-americanas, tendo-se tornado chefe interino.

Da mesma forma, o general dos Fuzileiros Eric Smith foi nomeado para ser o próximo comandante, mas está agora interinamente em funções, porque não foi confirmado no cargo.

Ambos podem trabalhar como chefes “interinos”, mas não podem fazer nada que necessite da confirmação. Em resultado, não podem mudar-se para as residências e gabinetes das chefias ou emitir instruções formais de planeamento, o que é tradicional um novo líder fazer.

E as autoridades advertiram também de que há algumas funções, entre as quais poderes orçamentais, que não são transferíveis para chefias interinas.

Tuberville travou os esforços para a realização no Senado das votações de todas as nomeações para cargos de altas patentes militares porque discorda da política de pagamento de viagens.

O Congresso está agora em pausa para as férias de verão, o que significa que a situação não terá solução durante semanas.

ZAP // Lusa

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