11 origens dos argumentos anti-vacinas

O assunto foi o foco de um estudo que envolveu a Universidade de Coimbra.

Sempre houve pessoas contra as vacinas, mas o assunto tornou-se mais frequente por causa da COVID-19.

Aos resistentes “por natureza” juntaram-se as pessoas que duvidam da rapidez das vacinas que apareceram para combater a pandemia.

Muitas recusaram ser vacinadas e, ainda hoje, não têm qualquer dose da vacina anti-COVID. E continuam a ser anti-vacina.

Alguns cientistas procuraram perceber a origem disto.

Uma equipa de investigação publicou nesta semana um estudo que apresenta as 11 atitudes mais típicas de oposição à vacinação.

A equipa tentou perceber “os atributos psicológicos que impulsionam a crença de uma pessoa que se opõe à vacinação”, explicou o investigador da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e primeiro autor do estudo, Angelo Fasc.

Porque a questão da anti-vacinação “requer uma abordagem que vai além de apontar as falhas nos argumentos: deve considerar também as raízes desta atitude, isto é, os atributos psicológicos subjacentes à crença da oposição às vacinas”, continua o cientista.

As pessoas vão formando crenças e ideias, através da interacção social e das experiências que vivem.

As 11 razões são: pensamento conspiracionista; desconfiança; crenças infundadas; percepção do mundo e política; questões religiosas; questões morais; medo e fobias; percepção distorcida do risco; crença no interesse próprio; relativismo epistemológico; e reactividade.

Para validar as 11 tipologias identificadas, os autores recorreram a algoritmos de processamento de linguagem natural, através da combinação de codificação humana e de aprendizagem automática.

Realizaram uma revisão sistemática de trabalhos científicos já desenvolvidos sobre argumentação anti-vacinas, tendo recorrido também a fact checks relacionados com a vacinação contra a covid-19.

A equipa de investigadores quer melhorar o diálogo entre utente e profissional de saúde e aumentar a confiança nos responsáveis pela saúde pública.

Nesse sentido, foi lançada uma ferramenta online gratuita que permite a identificação rápida de argumentos anti-vacina e, em simultâneo, a refutação desses argumentos de forma construtiva.

Essa plataforma online tem mais de 60 tópicos de desinformação que podem surgir em conversas presenciais sobre vacinação, tanto em contexto profissional, nomeadamente em diálogos com pacientes, como na esfera pessoal, em conversas com amigos.

A ferramenta permite que os profissionais “identifiquem a raiz do argumento do paciente que recusa a vacinação e, em seguida, definam como podem refutar esse mesmo argumento, sem desafiar o paciente, fazendo a refutação de forma construtiva”.

ZAP //

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