Um novo estudo pode revelar uma pista que pode explicar o porquê de algumas aves terem sobrevivido quando os dinossauros foram extintos?
Há 66 milhões de anos, um asteroide do tamanho de uma cidade colidiu com a Terra, dizimando por completo os dinossauros e levando à extinção em massa de 75% da vida animal e vegetal do planeta. Nessa altura, as espécies voadoras chamadas Enantiornithes prosperavam na Terra. Eram o grupo mais diversificado desse tempo, mas não sobreviveram à tragédia.
Os cientistas têm agora uma ideia melhor porquê, graças a um Enantiornithes em particular, de acordo com a Insider. As suas penas de 99 milhões de anos preservadas num pequeno âmbar de duas gramas pode ser a peça do puzzle em falta.
Um novo estudo publicado em maio na revista Cretaceous Research revela que o tipo e o padrão de crescimento das penas no fóssil sugerem que estas aves antigas mudavam de penas de forma diferente das aves modernas. Os autores do novo estudo pensam que isto pode ajudar a explicar porque é que os Enantiornithes se extinguiram.
Em 2018, um estudo sugeriu que o asteroide que levou à extinção dos dinossauros destruiu os seus nichos florestais. Isto terá levado à escassez de alimentos, que poderá ter sido especialmente prejudicial para algumas aves em muda de penas.
Jingmai O’Connor, autora principal do novo estudo, realça que não parece haver uma particular razão para algumas espécies terem sobrevivido e outras não. “Mas penso que se está a tornar claro que a muda de penas pode ter sido um fator significativo para a sobrevivência dos dinossauros”.
A muda de penas é um processo que consome muita energia porque as aves precisam de sintetizar queratina. Ao contrário de outras espécies atualmente vivas, o fóssil do jovem Enantiornithes, sugere uma combinação invulgar de muda de penas.
“É algo totalmente bizarro, uma combinação que não se vê em nenhuma ave viva”, disse O’Connor. “E pensamos que esta combinação muito estranha de características é uma das razões da sua extinção”. Este teria sido o seu aspeto:
O fóssil analisado sugere que houve uma fase em que o Enantiornithes perdeu todas as penas de uma vez. “É difícil compreender porque é que eles fariam isto, mas é o que as provas nos mostram”, confessou O’Connor.
O colapso em cadeia dos ecossistemas a nível global, juntamente com o aumento das necessidades energéticas do clima mais frio, fez com que o impacto do inverno possa ter condenado estas pobres aves.
A unidade de peso “grama” é masculino.
Deve escrever “dois gramas” e não deve escrever “duas gramas” como escreveu no texto.
Caro leitor,
Obrigado pelo reparo.
Tem razão. Mas se optarmos por ser tecnicamente 100% rigorosos, até deveríamos escrever “dois grama”.