6 dicas para se livrar dos soluços

Não consegue parar de soluçar? Experimente estas seis técnicas.

Provocado por diferentes fatores, como o consumo bebidas com gás, má respiração ou por comer demasiado rápido, o soluço é um problema muito comum. Na maioria dos casos, desaparecem em alguns minutos mas, em algumas ocasiões, a sua origem merece ser investigada, podendo ser um sinal de alguma doença.

Curiosamente, o soluço já foi detetado em fetos saudáveis ​​durante exames de ultrassom — um indicador de que os soluços são, efetivamente, mais comuns e naturais do que imaginamos.

O que é o soluço?

“Os soluços são contrações involuntárias do diafragma — músculo que separa o tórax do abdómen e que desempenha um papel fundamental na respiração – seguidas pela oclusão repentina das cordas vocais”, explica Vincent Ho, gastroenterologista e professor da Western Sydney University, na Austrália, ao The Conversation.

Como consequência desses espasmos do diafragma e da oclusão da glote (onde ficam as cordas vocais), as pessoas com soluços emitem o seu som característico por um número incontável de vezes, dependendo do tipo de crise. Alguns indivíduos também sentem uma leve dor no peito e na região da garganta devido à pressão exercida no músculo.

O que provoca o soluço?

Por ser um problema comum, o soluço pode ter várias causas. Na sua versão benigna, as origens mais comuns são:

  • Mudanças bruscas de temperatura;
  • Consumo de bebidas gaseificadas;
  • Consumo excessivo de álcool;
  • Rir para dentro;
  • Tabagismo e outras práticas que incitem a sucção do ar;
  • Comer muito e rápido demais;
  • Estado de excitação, ansiedade ou stress.

Nos casos em que a duração dos soluços ultrapassa as 48 horas, as possíveis origens podem ser:

  • Lesões nos nervos vago e frénico, associado ao diafragma, que podem ser induzidas por laringite, excesso de ácido no estômago ou quistos na glândula tiroide no pescoço;
  • Distúrbios do sistema nervoso central, provocados por uma infeção encefálica, inflamação ou tumor que desregulam o controlo da musculatura do diafragma. (pessoas com esclerose múltipla podem ter crises de soluços por causa disso);
  • Problemas no metabolismo, como diabetes, doenças renais ou desequilíbrio eletrolítico;
  • Medicamentos, como sedativos e anestésicos — que relaxam o corpo excessivamente. Remédios esteroides, como os anti-inflamatórios, também podem ser responsáveis pelos soluços.

Como travar os soluços em 6 passos

Não existe uma técnica infalível para conter uma crise de soluços, mas Daniel Allan, médico de família na Cleveland Clinic, partilha seis estratégias que podem resolver a maioria dos soluços, através de técnicas de respiração e alongamentos.

1. Sustenha a respiração

“Suster a respiração aumenta os níveis de dióxido de carbono [CO2] nos pulmões e ajuda a relaxar o diafragma, o que pode interromper os espasmos e, assim, os soluços”, sugere Allan.

2. Dê uso a um saco de papel

Se não conseguir conter o soluço com a suspensão da respiração, pode tentar uma técnica semelhante, com recurso a um pequeno saco de papel. A ideia é respirar para dentro do saco, como se fosse uma máscara, o que vai aumentar a inalação de CO2, contendo a crise. Nunca use sacos de plástico, pois podem levar à asfixia.

3. Abrande a respiração

Ainda no campo da respiração, outra estratégia é respirar lentamente. Comece por inalar o ar contando até quatro e, de seguida, “esvazie” todo o pulmão. Esta técnica é especialmente útil para quem teve um episódio de soluços provocado por ansiedade ou stress.

4. Beba água (ao contrário)

Beber água gelada, considerando os limites do seu corpo, é uma boa estratégia, especialmente se a causa do soluço for relacionada com alimentação inadequada.

Se não resultar, pode voltar a tentar beber água, mas desta vez… ao contrário. Encoste os seus lábios à zona da borda do copo mais distante de si (em vez da forma tradicional de beber água). De seguida, incline o corpo e o copo e tente beber a água ao contrário.

5. Exercício de alongamento

Outra ideia para travar os soluços é deitar com a barriga virada para o teto numa superfície plana, como o chão da sala de casa. Em seguida, deve puxar os joelhos até o peito. provocando uma leve pressão no diafragma, capaz de resolver a crise.

6. Apanhe um susto

O clássico dos clássicos quando o assunto é travar soluços: apanhar um susto horripilante. A técnica provou-se realmente eficaz, mas tem um senão. Para funcionar, o susto tem de ser genuíno.

Apesar do incómodo, a maioria dos soluços é apenas irritante e não dura muito, afirma Ho. A partir de 48 horas, o sinal de alerta é maior e é necessário prestar mais atenção à situação.

Até hoje, o recorde de maior crise de soluços pertence ao norte-americano Charles Osborne (1894-1991). O homem teria começado a soluçar em 1922, enquanto cuidava dos seus porcos, mas só parou em 1990. Foram 68 anos a soluçar, um marco extremamente raro com origens ainda hoje misteriosas.

ZAP // CanalTech

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