Os italianos associam um número ao azar (e não é o 13)

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Em Itália, o 17 é o temível número do azar — tudo por causa da numeração romana.

Há companhias aéreas que saltam o número 13 nas filas de lugares, há elevadores que não têm um botão para o 13.º andar, há pessoas que entram em pânico nas sextas-feiras 13.

Todas estas superstições são bastante conhecidas. Mas o 13 não é número mais temido em todos os países. No Japão, o 9 dá azar, provavelmente porque soa semelhante à palavra japonesa para “sofrimento”. Na China, o 4 soa a “morte” e é mais ativamente evitado na vida quotidiana do que o 13. Na Índia, o 13 é até associado à paz e à prosperidade.

Em Itália, o 17 é o terrível número do azar. Porquê, se Itália também é um país ocidental? A resposta está na numeração romana, com XVII a equivaler ao 17 e também a uma frase sinistra — “Eu já morri” ou “A minha vida acabou”.

Mas como é que os italianos foram desencantar este significado tão mórbido deste conjunto de letras aparentemente inócuo? Quando a ordem das letras é trocada, obtemos a palavra “VIXI”, que soa exactamente igual a “vixi”, a conjugação do verbo “vivere” (viver) na primeira pessoa do singular no pretérito perfeito, ou seja, “eu vivi“.

Esta superstição persiste até aos dias de hoje. O dia 17 de cada mês continua a ser “un giorno nero”, ou “um dia negro“. Há quem tenha um amuleto de boa sorte consigo nestes dias, como um pingente de chifre vermelho ou uma pequena estatueta de um corcunda. Outros colocam um ferradura da sorte em casa e alguns recusam fazer reuniões de trabalho ou casar num dia 17, relata o Grunge.

Há até uma pista de trenó na área de Cesana que deixa a curva 17 sem nome; a curva foi mesmo apelidada de “senza nome”, ou “sem nome”, e alguns hotéis italianos não têm um quarto 17.

Se há ou não realmente algo azarento sobre o número 17, nunca vamos saber. Mas há um dado estatístico que reforça este medo — entre 1977 e 2077, a selecção de futebol fez 11 jogos num dia 17 e apenas venceu quatro destes. Parece que o 17 não vai mesmo com a cara dos italianos.

Adriana Peixoto, ZAP //

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