Uma mancha solar com quatro vezes o tamanho da Terra está a atravessar o Sol neste momento. A mancha é tão grande que pode ser vista sem um telescópio — embora deva, naturalmente, usar equipamento de proteção.
Cientistas e astrónomos amadores de todo o mundo têm uma rara oportunidade de observar uma mancha solar suficientemente grande para ser vista sem um telescópio.
Esta mancha solar, que foi designada AR3310, tem cerca de quatro vezes o tamanho da Terra, o que a torna um evento celestial excepcional.
No entanto, apesar da sua visibilidade, os especialistas recomendam o uso de proteção ocular, como os óculos usados para visualizar eclipses, de modo a proteger os olhos dos prejudiciais raios UV e infravermelhos.
“Uma mancha solar gigante está a atravessar o Sol, e eu conseguia vê-la claramente com óculos solares,” diz o astrónomo sul coreano Bum-Suk Yeom, citado pelo Science Alert. “Cuidado! Deve usar óculos de eclipse ou filtros solares para proteger os olhos.”
As manchas solares aparecem como áreas mais escuras na superfície do Sol, normalmente devido a uma diminuição de temperatura de uma dada região em comparação com as áreas circundantes.
Segundo o Serviço Meteorológico norte-americano, estas manchas escuras são regiões onde o campo magnético do Sol é quase 2.500 vezes mais forte do que o da Terra, o mais potente em qualquer parte do Sol.
Este aumento da pressão magnética, aliado à diminuição da pressão atmosférica, restringe o fluxo de novo gás quente do interior do Sol para a sua superfície, reduzindo assim a temperatura.
A frequência de manchas solares na superfície do Sol flutua de acordo com um padrão conhecido como ciclo de Schwabe, que dura aproximadamente 11 anos.
Durante este ciclo, descoberto pelo astrónomo amador alemão Heinrich Schwabe no início do século XIX, o Sol passa por períodos de tranquilidade, sem manchas solares visíveis, transitando depois para períodos de atividade máxima, onde podem ser observados vários grupos de manchas solares.
“Se medirmos quanto tempo dura um ciclo, não de mínimo a mínimo, mas de terminador a terminador, veremos que há uma forte relação linear entre a duração de um ciclo e a intensidade do próximo,” explicou Robert Leamon, investigador da NASA, ao Space.com.
Atualmente, a atividade solar está em fase de crescimento, e de acordo com as previsões da NASA atingirá o seu pico em julho de 2025. No entanto, uma teoria alternativa sustenta que o pico pode ocorrer um ano mais cedo, em meados de 2024.
Felizmente, não temos que esperar pelo próximo máximo solar para apreciar o espetáculo celeste que a mancha solar AR3310 nos está a oferecer — mesmo sem recorrer a um telescópio.