Desde que os seus destroços foram encontrados, a 1 de setembro de 1985, o Titanic deteriora-se ano após ano, mas novas imagens inéditas podem ditar o “começo de um novo capítulo” no estudo do Titanic.
Obtidas através de uma digitalização 3D ao navio, estas imagens revelam extraordinários detalhes que podem esclarecer as dúvidas que ainda pairam, após 111 anos, sobre a teoria do embate contra o icebergue.
A quase 4 mil metros de profundidade, foram os submergíveis Romeu e Julieta que mapearam cada milímetro dos destroços e recolheram dados para criar o modelo 3D, durante uma expedição que durou seis semanas, no verão de 2022.
O projeto foi conduzido pela Magellan Ltd, empresa de mapeamento de águas profundas, juntamente com a Atlantic Productions, que tratou de elaborar um documentário sobre a iniciativa.
Spectacular new images and 3D video of the Titanic. @AtlanticProds #Magellan.
Check out full video and article https://t.co/TBZXJ59itq @BBCMorelle @BBCNews pic.twitter.com/wuXFi1ICEs
— Vincent Rajkumar (@VincentRK) May 17, 2023
“O volume de informação que adquirimos foi enorme”, afirma, de acordo com o The Washington Post, o diretor executivo da Magellan Richard Parkinson, que sublinhou que “os resultados foram surpreendentes.”
Sem a obscuridade da água e os baixos níveis de luz, que sempre foram um obstáculo, abre-se agora caminho para uma fresca análise aos destroços.
“É possível ver o naufrágio como nunca foi possível com um submersível. É possível vê-lo na sua totalidade, com contexto e perspetiva. O que vemos agora é o verdadeiro estado dos destroços”, explica Parkinson.
O scan captou mais de 700 mil imagens de vários ângulos, recriando detalhadamente o navio e os objetos que nele estavam.
A perspetiva a três dimensões revela novos detalhes da embarcação no fundo do mar, com os cientistas a conseguirem observar o buraco que antes dava lugar às famosas escadas do navio. O detalhe é tanto que foram inclusive vistas garrafas de champanhe e o número de série do navio no propulsor.
Tecnologia pode desmentir embate
Parks Stephenson, analista e explorador do Titanic que estudou o naufrágio durante vários anos, diz, de acordo com o Mirror, que o scan 3D pode “responder às questões básicas” sobre o naufrágio, revelando novas pistas sobre a tragédia que afundou o navio mais luxuoso da sua época.
Com base na nova informação desencadeada pelas imagens, Stephenson acredita que o famoso Titanic pode não ter embatido num icebergue, como foi relatado nos últimos 111 anos.
“Nós não entendemos mesmo a natureza da colisão com o icebergue. Nós nem sabemos se ela [Titanic] bateu a estibordo, como todos os filmes mostram — ela pode ter encalhado no icebergue”, afirma.
“Há cada vez mais provas de que o Titanic não bateu no icebergue, como é mostrado por todos os filmes”, afirma sublinhando que, na verdade, o famoso navio “pode realmente ter encalhado na plataforma submersa do gelo.”
Ao longo da história, o naufrágio do Titanic originou múltiplas teorias da conspiração.