As inundações na Emilia-Romagna, no norte de Itália, fizeram pelo menos oito mortais e obrigaram ao cancelamento do GP de Fórmula 1 previsto para este fim de semana.
Subiu para oito o número de mortos registados na sequência das inundações que atingiram a região de Emilia-Romagna, anunciou esta quarta-feria a vice-presidente da autarquia local, Irene Priolo, citada pela AFP.
Além de “muitos desaparecidos”, o número inicial de vítimas mortais estava estimado em cinco.
As ruas de várias localidades da região ficaram submersas pelas águas, após chuvas torrenciais registadas nos últimos dias. Muitos habitantes viram-se isolados e procuraram refúgio nos telhados das casas.
Segundo o ministro da Defesa Civil italiano, Nello Musumeci, 50.000 pessoas ficaram sem energia elétrica, e cerca de 5.000 foram resgatadas com a ajuda de barcos insufláveis e helicópteros.
“Nada será como antes, porque o processo de tropicalização que está a crescer em África está também agora a afetar a Itália”, acrescentou Musumeci.
“Nasci aqui e nunca vi nada parecido. Desta vez, ficámos verdadeiramente com medo ”, disse à AFP Simona Matassoni, proprietária do hotel Savio, em Cesena, na costa do Adriático.
Na madrugada de terça para quarta-feira, os habitantes de Forli, localidade próxima onde foi encontrada a primeira vítima fatal, tiveram de fugir descalços e com água até ao peito, observou um fotógrafo da AFP.
“Isto é o fim do mundo”, afirmou o presidente da câmara de Forli, Gian Luca Zattini, num post no seu perfil no Facebook.
“A situação é crítica. Ainda temos horas difíceis pela frente”, advertiu Matteo Gozzoli, presidente da Câmara de Cesenatico, na costa do Adriático.
GP da Emilia-Romagna de F1 cancelado
O Grande Prémio de Fórmula 1 de Emilia-Romagna, agendado para este fim de semana em Imola, no norte de Itália, foi cancelado devido às cheias que estão a afetar a região, anunciaram hoje os organizadores da prova.
Em comunicado, a F1 explicou que avançou para o cancelamento daquela que seria a sexta ronda do Mundial depois de reuniões com as autoridades locais e com o governo italiano, tendo chegado à conclusão que não estavam reunidas as necessárias condições de segurança.
“Não é possível realizar o evento com a segurança necessária para os adeptos, equipas, staff. É a decisão certa e responsável tendo em conta a situação. Não seria colocar mais pressão sobre as autoridades locais e serviços de emergência num momento já muito difícil”, esclareceu a F1.
Na terça-feira, o vice-primeiro ministro italiano, Matteo Salvini, já tinha defendido o adiamento da prova, num dia em que as estradas junto ao circuito de Imola ficaram submersas e os espaços envolventes inundados.
Os ‘staffs’ das equipas de Fórmula 1 que já estavam no circuito tiveram mesmo que ser retirados da zona, com as previsões meteorológicas a apontarem que a situação irá manter-se durante, pelo menos, mais uma semana.
Este é o segundo Grande Prémio do calendário de 2023 a ser cancelado, depois da China também ter sido retirado, mas devido a questões relacionados com a pandemia da covid-19.
A F1 não explicou se vai tentar reagendar o GP da Emilia-Romagna, com a temporada a continuar assim em 28 de maio, com o GP do Mónaco.
ZAP // Lusa