Como tirar o café perfeito? A física explica

Den late ku / Flickr

A extração desigual do café é determinante na potência e no sabor do café. O fator chave é a diminuição do tamanho da moagem.

Um novo estudo publicado na Physics of Fluids descobriu o segredo para se tirar o café perfeito.

A nova pesquisa recorreu a um modelo matemático para tentar explorar o papel da extração desigual de café. O café foi dividido em duas regiões para se entender se o fluxo desigual acaba mesmo por levar a que a bebida fique mais fraca, explica o SciTech Daily.

Uma das regiões do sistema modelo tinha o café mais compactado do que a outra, o que causou uma disparidade inicial na resistência ao fluxo, porque a água flui mais rapidamente através de grãos mais compactados.

A extração do café diminuiu ainda mais a resistência ao escoamento, pois os grãos de café perdem cerca de 20% a 25% da sua massa durante o processo.

“O nosso modelo mostra que o fluxo e a extração ampliaram a disparidade inicial no fluxo entre as duas regiões devido a um ciclo de feedback positivo, no qual mais fluxo leva a mais extração, o que, por sua vez, reduz a resistência e leva a mais fluxo”, explica o co-autor Guilherme Lee.

“Este efeito parece estar sempre ativo, e não é até que uma das regiões tenha todo o seu café solúvel extraído que vemos a diminuição observada experimentalmente na extração com a diminuição do tamanho da moagem“, acrescenta.

O modelo também prevê sempre um fluxo desigual em diferentes partes do leito do café. “Isto é importante porque o sabor do café depende do nível de extração. Pouca extração e o sabor do café é o que os especialistas chamam de ‘subdesenvolvido’ ou, como eu o descrevo, água com fumo“, afirma Lee.

Muita extração e o café fica muito amargo. Estes resultados sugerem que, mesmo que pareça que a extração geral está no nível certo, pode ser devido a uma mistura de café subdesenvolvido e amargo”, acrescenta.

Os autores querem agora estudar melhor a origem da extração desigual para descobrirem como é que esta pode ser evitada.

“O nosso próximo passo é tornar o modelo mais realista para ver se podemos obter informações mais detalhadas sobre este fenómeno confuso”, remata Lee.

ZAP //

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