Diplomatas norte-americanos reuniram-se e acordaram que os EUA deveriam tentar comprar Cuba. Caso a proposta fosse recusada, o território seria retirado à força.
Em meados do século XIX, os Estados Unidos eram um país dividido. Ao contrário do norte, o sul queria expandir a escravatura além fronteiras. Cuba estava debaixo dos seus olhos, sendo a joia da coroa do seu sonho de um “Império das Caraíbas”.
O interesse por Cuba surgiu após rumores de que Espanha estava a pensar acabar com a escravatura no território ultramarino. Os norte-americanos pro-escravatura temiam que isto despoletasse uma revolta de escravos no sul.
Além disso, realça o All That’s Interesting, os EUA queriam proteger o porto de Nova Orleães. Ao controlarem Cuba, poderia monitorizar melhor quem entrava no Golfo do México.
Em conformidade com o Manifesto de Ostende, os EUA tentaram comprar Cuba a Espanha por 100 milhões de dólares, em 1848, mas Espanha rejeitou a oferta. Seis anos depois, os EUA decidiram tentar novamente.
Três diplomatas norte-americanos encontraram-se em Ostende, na Bélgica, onde escreveram um manifesto com o intuito de convencer os Estados Unidos a comprar Cuba. Mas claro, caso Espanha não estivesse disposta a vender a ilha, medidas mais drásticas teriam de ser tomadas.
Os diplomatas eram James Buchanan, ministro dos EUA para a Grã-Bretanha; John Mason, ministro dos EUA para França; e Pierre Soulé, ministro dos EUA para Espanha.
Eles argumentaram que a anexação de Cuba beneficiaria o comércio global, principalmente Inglaterra e França. Espanha também beneficiaria do influxo de dinheiro que a compra de Cuba traria.
“Se Espanha rejeitar a atual oportunidade de ouro para desenvolver os seus recursos e remover os seus embaraços financeiros, ela pode nunca mais voltar”, lia-se no manifesto.
Além disso, os diplomatas alegaram que queriam acabar com a “tirania” de Espanha em Cuba. “Os seus habitantes estão agora a sofrer sob o pior de todos os governos possíveis — o do despotismo absoluto delegado por um poder distante a agentes irresponsáveis”, lia-se também no Manifesto de Ostende.
Contudo, para infelicidade dos sulistas norte-americanos, o Manifesto de Ostende não foi bem recebido, não só na Europa, mas também nos EUA.
Tanto o secretário de Estado norte-americano, William Marcy, como o Presidente norte-americano, Franklin Pierce, ficaram notavelmente descontentes com o manifesto. Marcy contestou que os diplomatas tinham interpretado mal as suas instruções e temia que o manifesto prejudicasse diplomaticamente os EUA na Europa.