Está a acontecer o que Putin não queria. O que se segue?

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Pavel Bednyakov / EPA

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin.

A Turquia aprovou a entrada da Finlândia na NATO depois de a Hungria ter feito o mesmo. A NATO está, assim, a ganhar força e era precisamente isso que Putin não queria. A grande pergunta é: o que virá a seguir?

O Parlamento turco aprovou, por unanimidade, a entrada da Finlândia na NATO. Fica, assim, ultrapassado aquele que era o único obstáculo para concredizar essa adesão.

Na segunda-feira, o Parlamento da Hungria tinha também dado a sua aprovação, embora com reservas, à adesão finlandesa.

Em lista de espera continua a Suécia, com a Turquia a manter as hesitações, exigindo a extradição de “terroristas” para desbloquear o processo. Mas é provável que, nos próximos meses, o processo venha a ter o mesmo desfecho da Finlândia.

Assim, está a acontecer precisamente aquilo que Vladimir Putin não queria, com a NATO a expandir-se e a acercar-se ainda mais das fronteiras russas. Evitar esse cenário foi uma das razões que levou à invasão da Ucrânia.

“Putin está a obter exactamente o oposto do que queria”, analisa o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, em declarações à Fox News que são citadas pela Reuters. “Ele queria menos NATO. Ele está a ter mais NATO”, reforça.

A Finlândia partilha uma fronteira de 1340 quilómetros com a Rússia, o que aumenta consideravelmente a faixa dos países que integram a NATO que se encontram colados ao território russo. É como ter o “inimigo” a rodear o nosso quintal.

Falta saber que tipo de reacção terão estes novos desenvolvimentos. O que poderemos esperar da parte de Putin? Não se sabe ao certo, mas, ao longo da guerra na Ucrânia, o presidente russo foi deixando vários avisos e ameaças.

Os passos para que a Finlândia se torne no 31º membro da NATO

Mas para que a Finlândia se torne no 31º membro da NATO, ainda é preciso passar por algumas formalidades burocráticas.

Assim, Turquia e Hungria têm de comunicar formalmente aos EUA que é considerado o país “guardião” da NATO desde a sua fundação em 1949, a aceitação da Finlândia.

Depois, o Departamento de Estado dos EUA terá de notificar o secretário-geral da NATO desse dado para que seja feito um convite formal de adesão à Finlândia.

Os finlandeses terão, então, de remeter o seu próprio comunicado de aceitação aos EUA, assinado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do país que já foi autorizado para esse efeito pelo Presidente da Finlândia.

Só depois deste documento chegar ao Departamento de Estado norte-americano é que a Finlândia se torna membro oficial da NATO.

Entretanto, a Suécia que também já fez o seu pedido de adesão terá que esperar que Turquia e Hungria aprovem a sua entrada.

Susana Valente, ZAP //

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1 Comment

  1. A coisa está muito complicada para a Rússia. Estão sem dinheiro. O anúncio do encerramento de inúmeros organismos públicos e despedimento dos funcionários é o reflexo disso.
    No campo de batalha tinham previsto conquistar todo o Donbass até ao final de março e hoje já é abril. Com medo da contra-ofensiva da Ucrânia tentaram por via da China e agora pela Bielorrússia lançar propostas de cessar-fogo. Como ambas foram recusadas, vêm novamente referir que uma potência nuclear não pode perder uma guerra; e que nessa situação serão usadas as bombas nucleares. Isto é de quem já percebeu que vai perder a guerra. Não há outro desfecho possível.

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