CEP reagiu oficialmente ao relatório da comissão independente sobre os abusos sexuais na Igreja Católica. Vai haver memorial na JMJ.
“É com dor que, novamente, pedimos perdão a todas as vítimas de abusos sexuais no seio da Igreja Católica em Portugal”.
A Conferência Episcopal Portuguesa reagiu oficialmente ao relatório da comissão independente criada para estudar os casos de abusos sexuais na Igreja Católica, desde 1950.
Três semanas depois, em conferência de imprensa em Fátima, D. José Ornelas confirmou que não vai ser afastado qualquer padre suspeito. Pelo menos, para já.
“Só temos nomes, é muito difícil. Para termos os elementos necessários para dar andamento é evidente que precisamos de ter dados e essa lista que nós recebemos só tem nomes. Às vezes é só um Jacinto, um Albino, assim não dá. Não posso tirar alguém do Ministério só porque alguém o acusou. Não basta dizer, é preciso haver uma base sólida”, justificou o bispo e presidente da CEP.
Vai ser feita uma investigação “nome a nome”: a lista dos padres e outros religiosos ainda no activo, acusados de abusos, será do conhecimento de todas as dioceses para que cada acusado possa ser investigado. E, depois, cada diocese vai definir “as medidas apropriadas” em cada caso.
Será criada uma nova comissão independente que vai continuar a acompanhar este assunto dentro da Igreja em Portugal.
As vítimas de abuso têm vários organismos de apoio às vítimas às quais podem recorrer mas, sublinha o Correio da Manhã, também não foi anunciada qualquer indemnização por parte da Igreja às vítimas. O que contraria – para já – o que aconteceu em França ou nos EUA.
“Se há um mal feito por alguém, é esse alguém que é responsável. É uma questão individual”, explicou D. José Ornelas.
A lista de medidas, partilhada na rádio Renascença, inclui ouvir as vítimas através de um grupo específico, um pedido de perdão a todas as vítimas num gesto público que vai decorrer em Abril, em Fátima.
A Jornada Mundial da Juventude em Lisboa terá um memorial “para que os abusos não se voltem a repetir”.
A Igreja Católica disponibiliza-se para acolher e ajudar no acompanhamento espiritual, psicológico e psiquiátrico, e vai contactar instituições e desenvolver parcerias para acompanhamento.
Promete “tolerância zero” para com todos os abusadores e para quem tenha encobrido abusos na Igreja Católica e quer prevenir e formar para ter um ambiente seguro nos espaços eclesiais.
Também foi anunciada uma revisão das directrizes da Conferência Episcopal e dos planos de formação dos seminários e de outras instituições.
Esta lista de medidas foi um “passo atrás” da Igreja, critica no Público o jornalista e católico Jorge Wemans, que subscreveu a carta aberta que deu origem à comissão independente.
“Não vi nada concreto. Não sentimos nenhuma compaixão entre essas pessoas”, afirmou Lisete Fradique, do movimento Nós Somos Igreja, outro subscritor da carta.
Destes Indivíduos não era de esperar outra “Sentença” . Há os que reforçam a Fé , e outros , como estes Fariseus , que a destroem ! .