A região de Florença registou mais de 250 sismos, em três dias, uma quinzena deles de magnitude superior a 3,0, deixando Itália inquieta, especialmente por causa da estátua David, de Miguel Ângelo.
Segundo o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) de Itália, os abalos foram registados em Chianti, entre Florença e Siena. Os dois mais fortes, de magnitude 3,8 e 4,1 graus, na Escala de Richter, aconteceram na manhã de sexta-feira, mas muitos outros, entre 3,0 e 3,5, foram sentidos na madrugada deste sábado.
Não foram registadas vítimas e os bombeiros apenas deram nota de danos menores perto do epicentro, a cerca de 30 quilómetros a sul de Florença.
De acordo com a imprensa italiana, perto de 200 habitantes daquela região preferiram não passar a última noite em casa, optando por auto-caravanas, automóveis ou tendas.
A profusão de tremores faz também temer pelo património arquitectónico e cultural de Florença.
O ministro italiano da Cultura, Dario Franceschini, anunciou que o Estado iria disponibilizar os 200 mil euros necessários para construir uma base anti-sísmica para a célebre estátua de David, de Miguel Ângelo.
Na primavera, um estudo revelou que a obra-prima da Renascença, feita a partir de um bloco de mármore, já com fissuras e pesando mais de cinco toneladas, ameaçava colapsar, devido a “micro fracturas” nas pernas.
Na altura defendeu-se a necessidade de uma base para proteger a estátua de vibrações (de obras ou de terramotos) e os recentes abalos tornaram o projecto ainda mais urgente, explicou o ministro, em comunicado.
“Uma obra-prima como David não pode correr qualquer risco”, diz o ministro italiano.
Angelo Tartuferi, director da galeria da Academia de Florença, onde a estátua está exposta, disse que, com o financiamento, a base pode estar pronta dentro de um ano.
O último grande tremor de terra em Itália, em Abril de 2009 na região de Aquila, centro, foi precedido durante várias semanas de muitos pequenos abalos. O sismo teve uma magnitude de 6,3 e provocou 309 mortes.
Na zona de Florença, o maior terramoto da história recente remonta a 1895.
/Lusa