A investigação despoletada pela Conferência Episcopal Portuguesa aos casos de abuso sexual na Igreja Católica em Portugal merece destaque, e elogio, em Espanha. O jornal El País realça que deve ser “um exemplo” para os bispos espanhóis.
Num editorial intitulado “A coragem da Igreja portuguesa”, o El País faz referência aos dados apresentados pela Comissão Independente criada pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) para investigar os casos de abuso sexual na Igreja Católica.
O jornal nota que, no esforço para “trazer à luz o que aconteceu nas sombras da Igreja”, foram identificados, pelo menos, 4815 casos de abusos sexuais de menores em instituições da Igreja Católica em Portugal, entre 1950 e 2022.
Estes dados são apenas “a ponta do icebergue de um fenómeno estrutural que destroçou numerosas vidas nas últimas décadas”, analisa ainda o El País.
Mas a investigação é um primeiro passo importante e é “um exemplo de transparência que devia inspirar os bispos espanhóis que são dos mais opacos e relutantes em conhecer a verdade entre os países de tradição católica”, aponta o mesmo jornal.
“Não foi uma tarefa fácil” porque “não contou com o apoio incondicional dos 21 bispos lusos“, repara ainda o El País, frisando que “um recusou-se a encontrar-se com os investigadores e outros mostraram desdenho ou desconforto”.
“O acesso aos arquivos diocesanos esteve bloqueado e obrigou à intervenção da Santa Sé”, destaca-se também no editorial.
“Empenho pessoal do bispo José Ornelas foi decisivo”
“Foi um caminho cheio de obstáculos, mas foi percorrido“, continua o El País, salientando que “o empenho pessoal do presidente da CEP e bispo de Fátima-Leiria, José Ornelas, foi decisivo para criar a Comissão e dotá-la de plena liberdade para actuar”.
A presença de José Ornelas e de “outros altos representantes da hierarquia católica portuguesa” na apresentação dos resultados da investigação da Comissão Independente demonstra “a sua vontade de admitir os factos e a sua gravidade“, considera também o diário.
“Sentados na primeira fila, escutaram números e testemunhos arrepiantes de menores que foram abusados em seminários, acampamentos, confessionários, escolas e sacristias”, escreve-se no mesmo editorial.
Foi “uma expiação pública que não repara o sofrimento das vítimas, mas ao menos, concede-lhes o reconhecimento da sua dor”, o que é um passo importante que deve “marcar o princípio de outra fase”, alerta o El País.
Agora, é tempo de “tomar medidas firmes” para que os erros do passado “não se repitam”.
“É meritória a coragem da CEP para impulsionar a investigação e assumir os seus resultados com luz e estenógrafos”, constata o El País, frisando que é preciso ficar atento “às decisões que toma para reparar as vítimas e afastar os abusadores que continuam no activo”.
“coragem da Igreja portuguesa”?
Se os criminosos, cujas caras deveriam ser publicadas na comunicação social, para nós estarmos alertas. e se estes forem punidos pela justiça, a pagarem indeminizações às vítimas e forem para a cadeia … Chamarei de Coragem, até lá veremos. Pois os altos cargos da Igreja católica tinham e têm conhecimento desses e outros casos, mas sempre encobriram, pois seria uma vergonha. Ainda bem que alguém teve a CORAGEM de denunciar e aí é que se verificou que não era o único.
Perante a tomada de posição dos representantes da igreja em Portugal, sou levado a crer todos eles tem telhados de vidro.
Poucos terão sem pecados de natureza sexual. Lembre se que a nossa religião proíbe qualquer acto sexual, mesmo em pensamento, fora do casamento.
Que se casem…
Qual será a orientação sexual dos padres?
Híbridos. Mais alguma questão?!