O marido da copiloto do avião que caiu este domingo no Nepal tinha morrido num acidente semelhante, há 16 anos, a serviço da mesma companhia.
Pelo menos 67 pessoas morreram na sequência da queda de um avião de passageiros que se despenhou no domingo com 72 pessoas a bordo em Pokhara, uma cidade turística no centro do Nepal.
A bordo do avião seguia a copiloto Anju Khatiwada, que não conseguiu sobreviver ao acidente. Segundo a agência Reuters, o marido de Khatiwada era piloto na mesma companhia aérea, a Yeti Airlines, e também ele morreu numa tragédia semelhante há 16 anos.
Aliás, a mulher de 44 anos decidiu seguir as pisadas do marido em 2010, quatro anos após a sua morte. Anju Khatiwada usou o dinheiro que recebeu da indemnização após a morte do companheiro para tirar o curso de piloto.
O marido da copiloto, Dipak Pokrel, morreu num acidente em 2006, em circunstâncias semelhantes. A aeronave de Pokrel caiu minutos antes de aterrar, num voo doméstico.
“O marido dela, Dipak Pokrel, morreu em 2006 num acidente num Twin Otter da Yeti Airlines na cidade de Jumla”, explicou a porta-voz da companhia aérea à Reuters. “Ela começou o curso com o dinheiro que ganhou após a morte do marido”, rematou.
Vídeos do desastre circulam na internet
Pelo menos dois vídeos circulam na internet mostrando os contornos do desastre. Num deles, filmado por um nepalês a partir do chão, a aeronave é vista a virar do avesso à medida que se aproxima da terra.
Ainda noutro vídeo, filmado dentro do próprio avião, um passageiro indiano estava a fazer uma transmissão em direto no momento em que a aeronave da Yeti Airlines se despenha.
As autoridades do Nepal encontraram esta segunda-feira as caixas negras do avião. Tanto a caixa negra do cockpit como a caixa negra que grava os dados de voo foram encontradas em bom estado. As causas do acidente ainda não são conhecidas.
O Nepal, localizado nos Himalaias, tem algumas das rotas mais isoladas e complexas do mundo, ladeadas por picos cobertos de neve que desafiam mesmo os pilotos experientes.
Pilotos dizem que o Nepal carece também de infraestruturas para fazer previsões meteorológicas precisas, especialmente em áreas remotas com terreno montanhoso acidentado onde o clima muda rapidamente.