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Eunucos voluntários. Por que é que há homens que escolhem castrar-se?

Charaf-ed-Din / Wikimedia

Desde razões religiosas à influência que as hormonas sexuais têm nos seus comportamentos, há várias razões que levam estes homens a castrar-se voluntariamente.

Ao longo da história milenar da China, houve muitos homens que foram castrados por opção própria, de forma a poderem ocupar altos cargos imperiais. A ideia era que, por não poderem ter filhos e criar uma dinastia, estes homens seriam mais confiáveis e não estariam tão inclinados a organizar golpes contra os monarcas.

Na Europa, os eunucos também eram comuns, especialmente em Itália, com os meninos cantores a ser castrados em crianças para que as suas vozes não mudassem com a puberdade. Em alguns casos, a castração era voluntária, mas em muitos, as crianças eram obrigadas.

Hoje em dia, ainda há homens a escolher ser castrados, predominantemente em países em desenvolvimento. Um novo estudo publicado na Archives of Sexual Behavior entrevistou 208 homens nesta condição, entre 2016 e 2017 para entender os seus motivos.

Cerca de metade dos inquiridos justificou a decisão dizendo que a castração os ajudou a alcançar o seu “eu preferido” e alguns alegaram preferir a “aparência mais lisa” dos seus genitais. Outros algaram não terem interesse em relações sexuais, daí não precisarem do pénis.

Pelo contrário, cerca de 13% dos inquiridos tinha um fetiche pela castração, optando por ela por razões sexuais. Outros 13% referem que escolheram castrar-se sob o conselho de um parceiro ou de outra pessoa castrada.

Já 10% alegam que queriam os benefícios psicológicos da castração, devido à redução da produção de hormonas sexuais. “Na comunidade de eunucos, isto é geralmente conhecido como ‘calma do eunuco‘, que resulta da redução da libido e das reações menos agressivas”, escrevem os autores.

Alguns dos eunucos referem os media como os primeiros lugares onde foram expostos à castração, desde livros, revistas, a internet ou filmes de terror. A bíblia também foi frequentemente citada, relata o Big Think.

“Uma proporção grande dos eunucos voluntários cresceram em famílias cristãs devotas, por isso terão aprendido sobre a castração na bíblia”, lê-se no estudo.

Outros primeiros contactos com a castração citados pelos inquiridos foram a castração de animais em quintas, uma resposta “consistente com o facto de que 27,9% cresceram em ambientes rurais onde a castração de animais de quinta é uma prática comum”. Menos de 5% dos inquiridos também relatam ter sido influenciados pelos bonecos com que brincaram em criança e que não tinham genitais.

ZAP //

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