Morreu este domingo o antigo ator brasileiro Guilherme de Pádua, que há 30 anos assassinou a popular atriz Daniella Perez. Era, provavelmente, o segundo homem mais odiado no Brasil.
O ex-ator Guilherme de Pádua morreu na noite deste domingo, aos 53 anos, vítima de uma paragem cardíaca.
Em 1992, o antigo ator de novelas assassinou a atriz Daniella Perez, com quem na altura contracenava na novela De Corpo e Alma, da TV Globo.
A notícia foi adiantada pelo líder da igreja Batista da Lagoinha, o pároco Márcio Valadão, onde Guilherme de Pádua era pastor desde 2017.
“Com imenso pesar, a Igreja Batista da Lagoinha informa a morte do pastor Guilherme de Pádua, que nos deixou na noite deste domingo após sofrer um infarto na residência que morar em Belo Horizonte”, diz o comunicado, citado pela Folha de S.Paulo.
Filha da autora Glória Perez, Daniella Perez tinha apenas 22 anos quando foi brutalmente assassinada à facada por Guilherme de Pádua e pela mulher deste.
O crime, que na altura chocou o Brasil, terá sido motivado pela insatisfação do ator com a sua cada vez mais reduzida presença na novela, e por ciúme da sua mulher, Paula Thomaz, desagradada com a relação dos dois atores que, na novela que filmavam, faziam um par romântico.
O ex-ator e a mulher, que na altura estava grávida do ex-ator, foram condenados a 19 anos e 6 meses e 18 anos e seis meses de prisão, respetivamente, pelo assassinato. Pádua acabou por ser libertado em 1999, após ter cumprido pouco menos de um terço da pena, e dedicou a vida à religião.
Pádua tornou-se conhecido em 1992 precisamente pela sua interpretação de “Bira” na novela “De Corpo e Alma” — onde conheceu Daniella Perez.
A 28 de dezembro desse mesmo ano, o ex-ator e a mulher assassinaram aquela que era na altura uma das atrizes mais populares do Brasil.
O crime deixou o país em choque e tornou Guilherme de Pádua um dos homens mais odiados do Brasil — provavelmente, mesmo, o segundo mais odiado.
Só há no Brasil, provavelmente, uma pessoa ainda mais impopular do que Pádua. Não é Lula da Silva, não é Jair Bolsonaro — ambos parecem recolher tanto o apoio como o ódio de estimação de sensivelmente metade da população (votante) do país.
A 16 de julho de 1950, no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, o Brasil recebia o Uruguai na final do Campeonato do Mundo de futebol. Num golpe de teatro que ficou conhecido como Maracanaço, os brasileiros perderam por 2-1 e viram fugir entre os dedos a sua Copa do Mundo.
E ainda hoje o autor do golo da vitória dos uruguaios, Ghiggia, é provavelmente o homem mais odiado no Brasil.