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Glaciares de Yellowstone e do Kilimanjaro podem desaparecer até 2050

Michael Foley / Flickr

Montanha Kilimanjaro, na Tanzânia.

Em todo o mundo, 50 sítios classificados pela UNESCO como Património Mundial albergam glaciares. Um novo estudo alerta que um terço desses glaciares desaparecerão até 2050 devido às emissões de carbono que aquecem o planeta – o do Monte Kilimanjaro é um deles.

Os outros dois terços ainda podem ser salvos – mas apenas se as temperaturas globais não excederem 1,5 graus Celsius em comparação com os tempos pré-industriais, revelou um novo relatório da UNESCO, divulgado antes da COP27, que começa no domingo, no Egito.

Cerca de 18.600 glaciares encontram-se em locais de Património Mundial, mas estão a encolher rapidamente, referiu a NPR, que cita o relatório. Os glaciares nestes 50 sítios estão a perder cerca de 58 mil milhões de toneladas de gelo por ano e contribuem para quase 5% da subida do nível do mar observada a nível mundial.

Prevê-se que os últimos glaciares remanescentes em África derretam até 2050, incluindo os do Monte Kilimanjaro e do Monte Quénia. Os primeiros da lista são os do Parque Nacional dos Três Rios Paralelos, na província chinesa de Yunnan, que já perderam mais de 57% da sua massa desde 2000.

Nos Estados Unidos (EUA), os glaciares dos parques nacionais de Yellowstone e Yosemite terão provavelmente desaparecido até 2050. Os que se encontram ao longo da fronteira entre os EUA e o Canadá, no Parque Internacional da Paz Waterton-Glacier, já perderam mais de um quarto do seu volume nos últimos 20 anos.

Outros glaciares em perigo de extinção incluem os das Dolomitas italianas, dos Pirenéus (França), do Parque Nacional Los Alerces (Argentina), do Parque Nacional Huascarán (Peru) e o Te Wahipounamu (Nova Zelândia).

“Quando os glaciares derretem rapidamente, milhões de pessoas enfrentam a escassez de água e o aumento do risco de desastres naturais, tais como cheias, e outros milhões podem ter que ser deslocados pelo consequente aumento do nível do mar”, disse Bruno Oberle, diretor-geral da União Internacional para a Conservação da Natureza, numa declaração divulgada esta quinta-feira.

“Este estudo salienta a necessidade urgente de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e investir em soluções baseadas na natureza, que podem ajudar a mitigar as alterações climáticas e permitir às pessoas uma melhor adaptação aos seus impactos”, acrescentou o responsável.

Enquanto os líderes mundiais se reúnem para a COP27, a UNESCO apela à criação de um fundo internacional para a monitorização e preservação dos glaciares, que apoie a investigação, reforce os laços entre as partes interessadas e implemente medidas para mitigar catástrofe e de alerta precoce.

“Este relatório é um apelo à ação”, referiu em declaração a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay. “Só uma rápida redução dos nossos níveis de emissões de CO2 pode salvar os glaciares e a excecional biodiversidade que deles depende”.

ZAP //

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