Centeno contraria Costa e Marcelo e defende subida de taxas de juro

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Stephanie Lecocq / EPA

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, contraria António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa e defende o plano do BCE contra a inflação.

Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, diz que não combater a inflação não é uma opção para o Banco Central Europeu (BCE) e argumenta que “a alternativa que seria manter taxas de inflação elevadas, mesmo que sejam em parte justificadas pela guerra, teria um custo recessivo maior do que aquele que o aumento das taxas de juro provoca”.

A posição do antigo ministro das Finanças é contrária à de António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, que se opuseram a mais uma subida das taxas de juro. O primeiro-ministro e o Presidente da República portugueses argumentaram que a política do BCE poderá estar apenas a causar uma recessão.

“Não vou reagir às críticas”, disse Mário Centeno em entrevista ao jornal Público. “O combate à inflação não é um exclusivo dos bancos centrais”.

“A inflação é um sintoma. E a política monetária do BCE interpretou muito bem esse sintoma nas suas causas subjacentes”, acrescentou Centeno. “De facto, a inflação surgiu nas nossas economias por um choque da oferta”.

Questionado sobre como é que o BCE controla a inflação se as suas causas estão do lado da oferta, Mário Centeno explicou que “há outros fatores a contribuir neste momento para a inflação”. O governador do Banco de Portugal fala “numa pressão sobre o lado da procura”, em que o setor do turismo é um desses exemplos.

Centeno disse que podemos esperar que quando a inflação atingir um pico, irá ganhar-se “um grau de previsibilidade sobre a política monetária muito significativo”.

Mas até onde podem chegar as taxas de juro? “É muito difícil dizer qual é o valor mais elevado deste ciclo em termos das taxas de juro”.

ZAP //

5 Comments

  1. Estas lideranças da UE rebentam com tudo, como os seus privilégios estão sempre garantidos é-lhes indiferente o que se passa nas sociedades, o importante para estes mentes iluminadas é cumprirem o guião dos livros de mesa, se resultam ou não os modelos que constantemente se provam errados problema dos cidadãos não privilegiados, o resto é conversa da treta, como sabem que o que fizerem não têm consequências para os próprios continuam a implementarem os ditos modelos falidos, é isto.

    • Falidos !!! Basta olhar para a historia toda a inflação exagerada acaba em depressão. o aumento de juros ajuda a acelerar essa depressão evitando que a inflação suba para valores insustentáveis.
      Privilegiados são aqueles que se limitam a subir os preços incutindo todo o custo aos consumidores, mantendo o seu rácio de lucro.

  2. O Zé povinho está debaixo dos seus pés; não foge. Pode continuar a subir as taxas de juro que não tem mal nenhum! Continuem a alimentar essa gente.

  3. É difícil lidar-se com a razão quando esta não serve os nossos interesses mais primários e imediatos.
    E quando a formulação e consequente aplicação vem dos outros, pior ainda. A irracionalidade de cada um dos afetados explode por todos os poros. Afinal de contas ainda não estamos tão longe assim do antepassado das cavernas, Ou não?!

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