António Costa recebeu Merkel em São Bento. Antiga chanceler não se arrepende de dependência energética do gás russo

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Primeiro-ministro António Costa com a chanceler alemã Angela Merkel

Angela Merkel foi responsável pelo aumento substancial de aquisição de gás russo, através dos gasodutos Nord Stream 1 e 2.

António Costa recebeu esta quinta-feira Angela Merkel na residência oficial de São Bento, a propósito da visita da antiga chanceler a Lisboa para a entrega do Prémio Gulbenkian para a Humanidade, de que foi presidente do júri. O galardão foi atribuído a duas organizações intergovernamentais dedicadas a produzir conhecimento científico e apoiar os decisores políticos no combate às alterações climáticas e à perda de biodiversidade.

“Tive hoje o prazer de reencontrar a Chanceler Angela Merkel num pequeno-almoço em São Bento. É assinalável o conhecimento e a lucidez com que continua a acompanhar a atualidade”, escreveu António Costa na sua conta na rede social Twitter. Merkel e Costa coincidiram à frente dos destinos dos respetivos países durante mais de seis anos.

Na conferência de imprensa que sucedeu a entrega do prémio, a antiga governante disse não estar arrependida das suas escolhas que conduziram a Alemanha (e a Europa) a um elevado grau de dependência energética face à Rússia, dizendo que na altura esta lhe pareceu uma decisão acertada em termos de sustentabilidade orçamental.

“Não estou arrependida. Agimos de acordo com o tempo que vivíamos. Nessa altura, era claro que haveria uma alteração de todo o abastecimento energético. Estávamos a abandonar a energia nuclear e queríamos abandonar a energia de carvão. E, para isso, precisávamos do gás russo”.

Angela Merkel foi responsável pelo aumento substancial de aquisição de gás russo, através dos gasodutos Nord Stream 1 e 2, apesar dos alertas do Governo norte-americano sobre os riscos de a Alemanha e a Europa ficarem excessivamente dependente da energia controlada pelo Kremlin.

“Por uma opção constitucional, determinámos que a Alemanha deveria chegar à neutralidade climática em 2040. Para conseguir esse objetivo, era indispensável recorrer ao gás asiático. Não tínhamos outras opções”, disse a ex-chanceler.

A ex-chanceler disse que compreende as preocupações dos países europeus com a invasão russa da Ucrânia, mas acrescentou que esse conflito não pode fazer esquecer outras prioridades governativas, nomeadamente na área ambiental.

“Não podemos perder de vista a necessidade de encontrar soluções sustentáveis para o ambiente, ao mesmo tempo que procuramos soluções para a guerra na Ucrânia”, aconselhou a antiga líder alemã.

ZAP //

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1 Comment

  1. Olha olha … Parece que o Oh Laugh Scholtz já tem substituta … Pelo menos durante os anos que esta esteve no poder não tivemos o descalabro que agora se vê …

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