O caixão com o corpo da Rainha Isabel II de Inglaterra saiu hoje, às 10:06, do Castelo de Balmoral, na Escócia, onde a monarca morreu na quinta-feira, e iniciou um cortejo de seis horas até Edimburgo.
O corpo da Rainha permanecerá na Escócia até terça-feira, dia em será levado para Londres, para as cerimónias de homenagem na capital inglesa e o funeral de Estado, marcado para 19 de setembro.
Até agora, o corpo tinha estado no Salão de Baile do Castelo de Balmoral, onde permaneceram vários membros da família, nomeadamente três filhos (princesa Ana, e príncipes André e Eduardo), e alguns dos netos.
O cortejo funerário avançará em marcha lenta e fará hoje paragens em cidades como Aberdeen e Dundee, antes de chegar a Edimburgo, o que está previsto para acontecer por volta das 16:00.
Em Edimburgo, ficará em repouso na Sala do Trono do Palácio de Holyroodhouse, a residência oficial dos monarcas britânicos na Escócia, até segunda-feira à tarde, quando seguirá para a Catedral de Santo Egídio, na mesma rua, a cerca de um quilómetro de distância.
Ficará na catedral de Santo Egídio 24 horas, com acesso permitido à população, para quem quiser homenagear a rainha que reinou durante 70 anos.
O caixão será transportado para Londres por avião na terça-feira, primeiro para o Palácio de Buckingham, e depois, na quarta-feira à tarde, para o Palácio de Westminster, o edifício do parlamento.
A rainha ficará em câmara ardente no Salão de Westminster, que estará aberto à população até segunda-feira de manhã, dia do funeral.
Elizabeth Alexandra Mary Windsor nasceu em 21 de abril de 1926, em Londres, e tornou-se Rainha de Inglaterra em 1952, aos 25 anos, na sequência da morte do pai, George VI, que passou a reinar quando o seu irmão abdicou.
Isabel II morreu com 96 anos, mas a sua morte foi inesperada, uma vez que dois dias antes tinha recebido o então primeiro-ministro Boris Johnson e indigitado a nova chefe do Governo, Liz Truss, tendo sido divulgadas publicamente imagens desses momentos, em que a monarca surgia de pé, apoiada numa bengala, e sorridente.
O agravamento do seu estado de saúde só foi anunciado poucas horas antes da morte. A monarca morreu a 8 de setembro aos 96 anos e teve um reinado de 70 anos, o mais longo da história do Reino Unido.
Após a sua morte, o seu filho primogénito assumiu aos 73 anos as funções de rei como Carlos III.
Lojas de souvenirs sem stock
A morte de Isabel II, na quinta-feira, apanhou desprevenidas as lojas de recordações de Londres, que só têm restos de ‘souvenirs’ do jubileu de platina do reinado da monarca britânica para responder a um aumento repentino da procura.
“Estamos a vender o dobro desde que a Rainha morreu“, disse à Lusa o gerente de uma loja em Picadilly Circus, um dos pontos mais movimentados de Londres.
Noutra loja do género dentro da estação de comboios de Paddington, venderam-se no sábado “todas as canecas do jubileu que restavam”, cerca de 50, e agora só já há uma meia dúzia de bandeiras e de pratos de louça.
Numa loja em frente da mesma estação, também está quase tudo esgotado e o gerente diz à Lusa que só no sábado se venderam aqui, noutro estabelecimento do grupo perto do Museu Britânico e na página que têm na internet 1.000 “dancing queen”, uma bonequinha de plástico que reproduz Isabel II, coroada, e que dança alimentada por energia solar.
Também em Westminster, ao lado da entrada do metro de Embankment, as vendas estão “muito melhor que a seguir ao jubileu”, em junho passado, quando se celebraram os 70 anos de reinado de Isabel II.
Em todas as lojas estão a esgotar-se os ‘stocks’ e em todas aquelas por que a Lusa passou os gerentes dizem que as novas recordações, já com alusão à morte de Isabel II, vão chegar a partir de segunda-feira, a tempo das cerimónias de homenagem e fúnebres previstas para Londres.
“Nesses dias, esperamos vender mais, há muitas pessoas que vêm de todas os pontos do país, as pessoas gostam de comprar estas recordações“, disse o gerente da loja em Westminster, localizada num ponto de passagem de milhares e turistas e londrinos.
Nesta loja, para já, os clientes têm de se contentar com as últimas prateleiras de recordações do jubileu e aquilo que está a sair mais são “brincos e ímanes“, enquanto em Picadilly a preferência dos clientes são as pequenas bandeiras com a cara da Rainha.
Se Isabel II não tivesse morrido, Alejandra Majluf, uma turista chilena de 52 anos, só levaria para casa “um porta-chaves ou uma recordação do género”, mas acabou por comprar um guarda-joias de louça, com a cara da Rainha pintada, na loja de Westminster.
“Com a série ‘The Crown’ fiquei a conhecer melhor a vida dela e agora sinto muita pena que tenha morrido, sinto que era uma pessoa muito próxima”, diz à Lusa, para justificar a compra.
ZAP // Lusa