Paulo Novais / Lusa
Quatro em cada dez desempregados não têm acesso a apoios da Segurança Social (SS). Apesar da queda do desemprego para 277 466 pessoas, a taxa de cobertura de subsídios não abrange mais de 40% da população sem emprego, cenário que se agravou nos últimos dois meses.
As contas feitas pelo Diário de Notícias cruzando os inscritos nos centros de emprego em julho com as 159 768 prestações atribuídas pela SS no mesmo mês, mostraram que ficaram de fora 117 698 pessoas – 42,2% dos desempregados.
Em junho, dos 282 453 desempregados, 118 681 (42,01%) receberam apoios.
O jornal lembrou que, para solicitar o subsídio de desemprego, o trabalhador tem de residir em território nacional, estar em situação de desemprego involuntário, ter capacidade e disponibilidade para o trabalho. Além disso, deve ter trabalhado 360 dias por conta de outrem, com remunerações nos 24 mess anteriores à data de desemprego, não podendo acumular o subsídio com pensões ou outros apoios da SS.
A duração varia de acordo com a idade e o número de descontos, podendo ir de cinco meses até um máximo de dois anos e meio. O montante diário a receber é igual a 65% da remuneração de referência.
No fim desse apoio, é possível recorrer ao subsídio inicial e subsequente. Para tal, o indivíduo deve provar que não tem património mobiliário acima de 106 368 euros e que cada elemento do agregado familiar não tem um rendimento mensal superior a 354,56 euros.
No final de julho estavam inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) 277 466 pessoas, o valor mais baixo desde que há registo, uma diminuição de 1,8% face a junho e de 24,7% em termos homólogos.
