Apelo da Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde, que defende que a saúde mental deve ser uma prioridade já nesta década.
A Direcção-Geral da Saúde (DGS) deveria olhar de outra forma para a saúde mental, na sua Estratégia Nacional da Luta Contra o Cancro 2021-2030.
O aviso foi deixado pela Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde (SPLS), criada já neste ano, que tenta promover, desenvolver e aperfeiçoar a prática da Literacia em Saúde.
A Estratégia Nacional da Luta Contra o Cancro 2021-2030 foi apresentada neste Verão e pretende reduzir a incidência dos cancros potencialmente evitáveis, melhorar a qualidade de vida dos doentes e apoiar os sobreviventes.
No entanto, a SPLS acredita que essa estratégia não está completa e precisa de ir mais além: “A saúde mental tem de ser uma prioridade já nesta década“.
As especialistas Cristina Vaz de Almeida, Isabel Fragoeiro, Célia Belim e Susana Ramos já apresentaram propostas à DGS e acha que a monitorização dos projectos não tem sido feita como deveria ser.
A Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde quer entidades exteriores a avaliar resultados do novo programa e defende, entre outras medidas, o apoio psicológico para o cuidador, “muitas vezes esquecido pelas entidades de saúde”.
“Não existe ou é omitido o apoio imprescindível aos afectados na área da saúde mental, assim como o apoio para lidar com as perdas, desesperança e luto, apesar da referência à constituição de equipas multidisciplinares”, defendem as especialistas.
A SPLS acredita também que as doenças oncológicas devem ser mais bem estudadas e investigadas. Por isso, os investigadores e as academias deveriam ter mais recursos.