“Melhor verão de sempre” no turismo nacional. Alemães e ingleses destronados na Madeira

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Associações que representam o setor reconhecem números, mas pedem cautela, à luz dos dois últimos anos.

Após dois anos traumáticos para o setor do turismo em Portugal, 2022 pode mesmo ter o melhor verão de sempre, apontam os mais recentes dados estatísticos, apoiados pelo feedback dados por hotéis, alojamentos locais, associações e patrões. O balanço, ainda que provisório, faz antever que os números da presente época ultrapassem as previsões para 2023 — aí sim, com um verão melhor do que 2019, considerado, até agora, o melhor de sempre.

Como fatores preponderantes para estes números parecem afirmar-se, por exemplo, a guerra na Ucrânia, o que fez desviar os turistas de territórios mais próximos do conflito, mas também os números moderados da pandemia da covid-19, enumera o Expresso. A mesma fonte cita os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística que mostram que o movimento de passageiros nos aeroportos ficou, ainda assim, 2,7% abaixo dos níveis pré-pandemia no mês de junho.

No entanto, os dados do mesmo organismo também indicam que as receitas do turismo totalizaram 545,5 milhões de euros no mesmo período de referência, o que pressupõe uma melhora de 17%.

Em declarações também ao jornal Expresso, a Associação Portuguesa de Hotelaria Restauração e Turismo (APHORT) afirmou que “os resultados são muito animadores, existe uma procura bastante significativa e, nesse sentido, podemos dizer que as expectativas estão a ser superadas”. Esta visão é corroborada pela Confederação do Turismo de Portugal (CTP), que diz que a ocupação hoteleira está já muito próxima dos níveis de 2019 e “em alguns alojamentos já chega aos 100%“.

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRSP) entende, por estes motivos, que o verão “efetivamente está a gerar, e bem, um volume de negócios e de fluxos turísticos muito próximos dos níveis pré-pandemia“. Ainda assim, a APHORT ressalva que “é ainda prematuro falar de uma total recuperação, tendo em conta os prejuízos e os obstáculos que [os membros do setor] sentiram nos últimos anos”.

Esta tendência também se reflete no turismo insular, sobretudo no caso da Madeira. Em entrevista ao jornal Eco, Eduardo Jesus, secretário regional de turismo e cultura, avança que a região alcançou valores “históricos” no setor graças à retoma económica que a situação sanitária permitiu. O impacto na região, diz, é grande, com conquistas até então nunca vistas na história das ilhas da Madeira e de Porto Santo.

O responsável dá conta de quase 55 milhões de euros em proveitos e 950 mil dormidas só no mês de junho, o que é um recorde. Outro motivo de destaque é o facto dos turistas de Portugal Continental já terem ultrapassado os alemães e os ingleses.

ZAP //

2 Comments

  1. Estes dados são óptimos para o turismo de Portugal, mas péssimos para os portugueses, que têm que pagar tudo inflacionadissimo, muito longe do que pode ser considerado “normal”.

    Pela casa que costumava alugar no algarve, antes do covid, pediram-me este ano mais do dobro. Se juntar a isso restaurantes estupidamente mais caros e supermercados decididos a facturar em três meses o equivalente a um ano inteiro, decidi que não iríamos ao algarve.

    Gosto muito do meu país e gosto muito que o meu dinheiro ajude os negócios dos outros. No entanto e tal como toda a gente, não gosto de ser esfolado.

    Fui para a Grécia, para águas quentes e bons restaurantes, muito mais baratos que os nossos. A família adorou e surpreendentemente, no total gastei menos de metade do que gastaria no algarve.

    Por este andar, daqui a alguns anos o algarve estará novamente às moscas, com novos recordes, mas pela negativa, a bater os tempos covid.

    Assim sendo, sugiro que aproveitem enquanto podem…

    • Apoiado!!! Iludidos pelos nossos políticos muitos empresários que vivem do turismo julgam que somos o único país do mundo a ter praias, monumentos e hotéis., esquecendo que o grande boom do turismo português se deve as transportadoras low cost ou seja viagens baratas e por conseguinte procuradas por turistas com recursos modestos. Infelizmente com a típica ganancia dos nossos empresários também temo que em poucos anos a galinha dos ovos de ouro será exterminada.

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