O programa oficial não confirma ou desmente a visita a Taiwan que causou uma escalada de tensão entre Pequim e Washington. A Marinha chinesa levou a cabo treinos navais nas horas seguintes à partida de Pelosi para Singapura.
Depois de muitos avisos e de uma escalada de tensão entre os Estados Unidos e a China, a Presidente da Câmara dos Comuns arrancou para a sua digressão na Ásia — no entanto, a polémica suposta viagem a Taiwan não consta nos planos oficiais.
A delegação norte-americana arrancou do Havai este domingo e vai parar em Singapura, na Malásia, na Coreia do Sul e no Japão, onde Nancy Pelosi espera ter “reuniões de alto nível” com os responsáveis políticos para discutir o avanço dos “interesses e valores comuns“. Pelosi quer que a viagem sirva para “reafirmar o forte compromisso da América com os aliados e amigos na região”.
A líder dos Democratas na Câmara dos Comuns já tinha uma viagem planeada a Taiwan em Abril, mas teve de a cancelar depois de ter apanhado covid-19. Notoriamente dura com a China, Pelosi teria agora nos planos visitar Taiwan durante a sua digressão pela Ásia.
Há décadas que a ilha é reclamada pela China como território seu e nos últimos meses têm crescido os receios de uma possível guerra devido ao aumento das incursões das forças de Pequim no espaço aéreo de Taiwan.
Xi Jinping já disse que a reunificação é um dos objectivos do seu Governo e que está disposto a usar a força para este efeito. Os responsáveis de Taipei já acusaram a China de estar a planear uma invasão até 2025.
A notícia de que Pelosi tinha uma ida a Taipei nos planos despoletou a ira dos chineses, que até ameaçaram atacar militarmente o avião da Democrata. Caso a visita se concretize, Pelosi seria a figura política norte-americana mais importante a ir a Taiwan desde 1997.
Desde 1979 que Washington tem uma política de uma “China única” em relação a Taiwan, em que reconhece que o Governo de Pequim é o único legítimo no território chinês. No entanto, os EUA não reconhecem que a ilha é parte da China, reconhecendo apenas que o país reclama o território como seu.
Perante a escalada de tensão, Joe Biden já disse que os EUA defenderão Taiwan na eventualidade de um ataque chinês. A possível visita de Pelosi abriu um fosso entre a congressista e a Casa Branca, já que o Presidente acredita que a ida “não é uma boa ideia agora” e que Pequim pode encará-la como uma provocação.
Na chamada telefónica que fez com Joe Biden na quinta-feira, Xi Jinping deixou avisos claros ao seu homólogo norte-americano sobre a “integridade territorial” da China. “Quem brinca com o fogo queima-se“, disse o líder chinês.
O The Guardian escreve que o porta-voz da Força Aérea da China, Shen Jinze, alertou este domingo que Pequim vai “resolutamente proteger a sua soberania nacional e integridade territorial” e que isso inclui usar jactos em torno da “ilha preciosa da nossa pátria”, referindo-se a Taiwan.
Esta segunda-feira, o primeiro-ministro de Taiwan, Su Tseng-chang não respondeu directamente aos jornalistas sobre a possível visita de Pelosi, mas disse que a ilha “dá sempre as boas-vindas a convidados estrangeiros distinguidos”.
O Financial Times adianta também que meras horas antes de Pelosi chegar a Singapura, a Marinha chinesa levou a cabo treinos navais na região.
No Twitter, o ex-editor do Global Times, que pertence ao grupo de jornais com ligações ao Partido Comunista da China, disse que “se os EUA não a impedirem, a China deve restringi-la e puni-la”, apelando a que a Força Aérea torne a visita uma “desgraça para ela e para os EUA“.
Apesar da oposição da Casa Branca, vários congressistas Republicanos e alguns Democratas apoiam a ida de Pelosi a Taiwan, considerando que voltar atrás agora seria um sinal de fraqueza e mostraria que os Estados Unidos se curvaram perante as ameaças da China. No entanto, há também vários opositores que acham que a visita é uma provocação desnecessária.
Independentemente de a visita se concretizar, o tema promete continuar a dar que falar. “Pelosi é uma das líderes nacionais mais importantes dos EUA. Para as pessoas na sua posição, todas as decisões têm consequências“, avisa Lu Xiang, especialista nos Estados Unidos na Academia Chinesa de Ciências Sociais de Pequim.
Os USA que não brinquem com os suicidas asiáticos. Ainda por cima eles são muitos mais que oa americanos.
A maior ditadura do mundo já manda fora do seu país… lindo!…