A partir de Kiev, Volodymyr Zelensky, saudou hoje como “um momento único e histórico” a atribuição à Ucrânia do estatuto oficial de candidato à adesão à União Europeia.
Os chefes de Governo e de Estado da União Europeia (UE) concordaram hoje em atribuir o estatuto de candidato à Ucrânia e também à Moldova, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, falando num “momento histórico”. “Acordo. O Conselho Europeu acaba de decidir dar o estatuto de candidato da UE à Ucrânia e à Moldova”, anunciou Charles Michel na rede social Twitter.
O responsável vincou ainda: “É um momento histórico. Hoje assinala-se um passo crucial no seu caminho em direção à UE”. Também através do Twitter, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, falou num “dia bom para a Europa”, saudando a aprovação dos líderes europeus.
Já o presidente francês considerou que a decisão é “uma mensagem muito forte”, dirigida também a Moscovo, e “coerente” com a resposta dos 27 desde o início da ofensiva russa.
Numa conferência de imprensa conjunta com os presidentes do Conselho Europeu, Charles Michel, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Emmanuel Macron, que preside até ao final do corrente mês à presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE), sublinhou “a importância deste momento histórico no atual contexto, o desta guerra decidida pela Rússia em solo ucraniano”.
“A mensagem que hoje enviamos de forma muito clara é muito forte e coerente com aquilo que a nossa Europa soube fazer desde o primeiro dia do conflito: reagir de forma rápida, histórica e unida”, disse, recordando “a adoção de sanções, o apoio macroeconómico e militar à Ucrânia e, agora, por este gesto político”. “Hoje é uma perspetiva europeia que reconhecemos à Ucrânia, Moldova e à Geórgia. É uma mensagem muito forte para a Rússia, no atual contexto”, considerou.
Por seu lado, Von der Leyen considerou que a decisão hoje tomada pelo Conselho Europeu “fortalece todos”, a começar pela Ucrânia, Moldova e Geórgia, que enfrentam “o imperialismo russo”, mas também a UE, que “mostra uma vez mais ao mundo” a sua união face a ameaças externas.
A decisão dos chefes de Estado e de Governo ocorre menos de uma semana depois de a Comissão Europeia ter adotado recomendações no sentido de ser concedido o estatuto de países candidatos à adesão à Ucrânia e Moldova e dada “perspetiva europeia” à Geórgia, parecer também hoje adotado pelos 27.
Os três países solicitaram a adesão já depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia, a 24 de fevereiro, tendo Kiev sido a primeira capital a fazê-lo, quatro dias a seguir ao início da ofensiva, enquanto Moldova e Geórgia apresentaram as suas candidaturas em março.
As atenções estavam inevitavelmente centradas na decisão sobre a Ucrânia, e a concessão do estatuto de candidato já era considerado um dado adquirido sobretudo desde que, há precisamente uma semana, os líderes das três maiores economias da União – o chanceler alemão Olaf Scholz, o primeiro-ministro italiano Mario Draghi e Emmanuel Macron – se deslocaram a Kiev para expressar em conjunto o seu apoio à concessão do estatuto com efeito “imediato”.
“Nesta última semana foram dados passos de gigante”, comentou ainda Emmanuel Macron, congratulando-se por ter sido possível a unanimidade no Conselho Europeu.
A partir de Kiev, Volodymyr Zelensky, saudou hoje como “um momento único e histórico” a atribuição à Ucrânia do estatuto oficial de candidato à adesão à União Europeia (UE), uma decisão aguardada por Kiev em plena invasão russa. “É um momento único e histórico nas relações Ucrânia-UE”, congratulou-se Zelensky na sua conta oficial da rede social Twitter, afirmando que, na sua opinião, “o futuro da Ucrânia é dentro da UE”.
“Saúdo sinceramente a decisão dos líderes da UE no Conselho Europeu, de conceder à Ucrânia o estatuto de candidato (…). Grato ao [presidente do Conselho Europeu] Charles Michel, à [presidente da Comissão Europeia] Ursula von der Leyen e aos líderes da UE pelo apoio”, acrescentou.
// Lusa