Ilustrações de manuais escolares na China consideradas obscenas e pró-americanas

Algumas ilustrações em livros de Matemática para estudantes do ensino básico de uma editora estatal chinesa estão a ser alvo de duras críticas e apelidadas de feias, obscenas e anti-China.

Numa das ilustrações, um rapaz levanta a saia de uma rapariga; noutra, um jovem abraça uma menina tocando-lhe no peito: estas são as imagens que causaram uma controvérsia na China, ilustrações de um manual de Matemática para alunos do ensino primário.

Segundo o The New York Times, as redes sociais, especialmente a Weibo, encheram-se de comentadores furiosos que defenderam que algumas das ilustrações eram feias, obscenas e anti-China. O assunto tornou-se tão sério que levou a editora a emitir um pedido de desculpas.

O Ministério da Educação avançou, pela primeira vez, com uma fiscalização às ilustrações dos manuais escolares, quer do ensino primário, quer do secundário.

Como o assunto ganhou fervor, nomeadamente nas redes sociais, foi lançado um inquérito nacional a todos os livros escolares, desde o nível primário até ao universitário.

“Os problemas identificados serão corrigidos imediatamente e aqueles que violaram os regulamentos serão responsabilizados. Não haverá tolerância”, garantiu o ministério, na segunda-feira.

Todo este alvoroço surge num momento em que a China aperta cada vez mais o seu controlo sobre o conteúdo ideológico dos livros escolares.

As universidades têm agora de se concentrar no estudo do marxismo e nos escritos de Xi Jinping. Em 2015, o ministro da educação da China apelou a uma revisão minuciosa dos livros escolares estrangeiros para proibir aqueles que promovem os valores ocidentais.

A editora em causa, a People’s Education Press, está sob o controlo do Ministério. As ilustrações foram aprovadas em 2013, mas não é totalmente claro como é que aquelas que foram consideradas problemáticas escaparam à censura do regime.

De acordo com o NYT, foram atribuídas ao estúdio do artista Wu Yong, que foi atacado na Internet e acusado de prejudicar a China.

Muitos críticos têm argumentado que as imagens fazem as crianças parecerem feias, enquanto outros comentários se referem a mensagens anti-China, incluindo desenhos de aviões de estilo japonês e norte-americano ou roupas que evocariam a bandeira dos Estados Unidos.

A editora respondeu inicialmente dizendo que tinha começado “a redesenhar as capas e algumas ilustrações para melhorar o método de pintura e elevar o talento artístico”. Dois dias mais tarde, pediu desculpa: “Pensámos seriamente e sentimo-nos profundamente culpados.”

ZAP //

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