Equipa de investigadores simulou 147.456 sistemas planetários, cada um deles constituído por uma estrela solar e dois planetas gigantes.
Os planetas gigantes como Júpiter e Saturno podem fazer com que os seus sistemas estelares se tornem mais apropriados — e simpáticos — para a vida humana. Um estudo comparando mais de 140.000 sistemas planetários simulados, cada um com dois gigantes de gás, descobriu que alguns eram “ultra-habitáveis” — ainda mais amigáveis a mundos semelhantes à Terra do que o nosso próprio sistema solar.
Diz-se que os planetas são habitáveis quando orbitam as suas estrelas numa determinada zona — perto o suficiente para permitir água líquida nas suas superfícies, mas longe o suficiente para que nem tudo se evapore imediatamente. Há muitos fatores que afectam a habitabilidade, mas um dos principais é a presença de planetas gigantes no sistema.
Nora Bailey e Daniel Fabrycky na Universidade de Chicago em Illinois simularam 147.456 sistemas planetários, cada um deles constituído por uma estrela solar e dois planetas gigantes, de forma a avaliar qual destes sistemas permitiria um mundo habitável do tamanho da Terra.
Nas suas simulações, os gigantes de gás variavam de 0,1 a 10 vezes a massa de Júpiter e tinham órbitas de diferentes formas e tamanhos. A equipa mediu também se um análogo terrestre sobreviveria nas zonas habitáveis destes sistemas ou se seria destruído ao chocar com a estrela do sistema, colidindo com qualquer um dos gigantes de gás ou mesmo sendo atirado para fora do sistema por completo.
Deixaram as simulações correr para 5 mil milhões de órbitas do planeta gigante mais interior e calcularam a habitabilidade relativa de cada sistema. Uma pontuação de 0 indicava que praticamente não existe a possibilidade de um planeta habitável semelhante à Terra poder existir ali durante qualquer período de tempo significativo, e uma pontuação de 1 significava que o sistema seria tão bom para um análogo terrestre como um sem outros planetas para perturbar a sua órbita.