Mais de 500 séries num ano. “Isto é simplesmente demasiada televisão”, afirmou um patrão de canal de televisão…há sete anos.
Quantas séries a leitora ou leitor viu, ao longo dos últimos meses?
Ou então: quantas séries a leitora ou leitor quer ver, ao longo dos próximos meses?
Não estará a passar demasiado tempo em frente à televisão? Ou outros ecrãs, como computadores ou telemóveis, que substituem a televisão.
Esta questão não é nova. Lembra a National Public Radio que, em 2015, o patrão do conhecido canal FX já falava sobre um “pico” de televisão.
Só naquele ano mais de 400 séries com argumento foram criadas nos Estados Unidos da América. Isto sem incluir os documentários e programas relacionados com informação ou desporto.
E estas contas foram feitas antes de aparecerem no mercado a Disney+, a Apple TV+ e a HBO Max, entre outras.
Mesmo sem essas plataformas, já na altura John Landgraf, presidente do FX, comentou: “Isto é simplesmente demasiada televisão…”.
Landgraf pensava que o “pico” tinha sido atingido e que, por isso, a tendência era o número de produções descer, a partir daí.
Não acertou. No ano passado, 559 séries foram produzidas. Um crescimento de quase 40% em relação aos números de 2015.
Nem dá para acompanhar tudo que se gostaria de acompanhar. Porque há vida além das séries.
No meio desta avalanche de séries, o que leva o telespectador a preferir uma em vez de outra? Sobretudo em caso de estreias, quando não sabe o que vem aí.
John Landgraf destacou o papel do próprio canal, ou da plataforma. Quem gostar do estilo da HBO, vai querer no mínimo espreitar muitas estreias de séries na HBO. E depois decide se continua a ver ou não. É uma garantia de qualidade.
E o problema não é haver muitas séries fracas, no meio das 559. O problema é haver muitas séries boas, ou muito boas.
“Há muita concorrência, o que leva a que as boas séries possam impedir o público de encontrar as séries óptimas”, declarou o patrão do FX. As pessoas já gastam muito tempo com boas séries – mas há séries óptimas por explorar.
Até que, já em 2022, a Netflix anunciou que perdeu subscritores ao longo de um trimestre. Nunca tinha acontecido desde o momento dessas declarações de Landgraf, em 2015.
Fica a dúvida: o “pico” chegou mesmo agora, sete anos depois? O número de seguidores e de séries vai diminuir a partir daqui?