Os aumentos salariais não foram suficientes para colmatar o impacto da inflação no poder de compra dos funcionários públicos. A única exceção foi entre os trabalhadores com rendimentos mais baixos, que beneficiaram das subidas do salário mínimo.
Segundo avança o Expresso, os funcionários públicos perderam até 6,2% de poder de compra desde o início da governação do PS, no final de 2015.
Desde então, o Governo de Costa reverteu os cortes salariais impostos pela troika, descongelou as progressões nas carreiras e aumentou os ordenados em 2020 (0,3%) e 2022 (0,9%), baseando-se as subidas na inflação registada no ano anterior.
Mesmo assim, o poder de compra dos funcionários públicos, que tem em conta a desvalorização dos salários devido à inflação, caiu 6,2% em comparação a 2016. Os cálculos não têm em conta a reversão dos cortes da troika porque estes eram temporários e também não inclui o efeito do descongelamento das progressões, já que estas variam de trabalhador para trabalhador.
As perdas são transversais e a única exceção é entre os trabalhadores com os salários mais baixos, que ganharam poder de compra devido às subidas do salário mínimo nacional, como os assistentes operacionais, que tiveram um ganho de 2,9% desde 2016.
Já os trabalhadores com salários mais elevados, como os médicos ou professores universitários no topo da carreira, foram os que perderam mais poder de compra. Os ordenados intermédios, que são baixos mas acima do salário mínimo, perderam entre 3,7% e 5%.
A degradação do poder de compra de compra na era Costa segue a uma tendência anterior, com os cálculos do Expresso a revelarem que as perdas salariais em termos reais para os funcionários públicos desde 2010 chegam aos 12,9% — e os salários mais baixos não são exceção neste período mais alargado.
A questão agora é se o Governo vai manter a mesma fórmula em 2023 para o cálculo dos aumentos salariais que utilizou em 2020 e 2022, tendo em conta a inflação registada no ano anterior. Dada a escala de preços vivida este ano, antecipa-se assim uma grande subida nos salários no próximo ano.
O Governo ainda não confirmou nada neste sentido, mas o Expresso avança que caso esta regra se mantenha, a despesa pública com os salários seria quatro vezes maior do que registada com o aumento de 0,9% dado este ano.
Não são só os funcionários públicos. Os trabalhadores no setor privado grande percentagem deles não tem aumentos ou o que tem é uma percentagem residual. Grande percentagem dos trabalhadores no privado recebe o salario mínimo !!!
Com o nivel de vida a aumentar drasticamente não temos qualquer hipótese, os Portugueses estão muito mais pobres. Mas infelizmente com os governos PS sempre foi assim …